Trabalhos de estudantes de doutoramento da UAN chumbados por serem cópias
A Faculdade de Ciências Sociais (FSC) da Universidade Agostinho Neto (UAN) detectou mais 16 plágios nos estudantes do curso de doutoramento em Ciências Sociais e como medida disciplinar reprovou-os liminarmente.

Os nomes dos futuros doutores em Ciências Sociais da UAN, que constam da ordem de serviço n.º 1/2021, de 18 de Março, a que o Novo Jornal teve acesso, foram expostos publicamente na "vitrine" na Faculdade de Ciências Sociais onde frequentavam o curso de doutoramento.

Uma fonte daquela faculdade, que optou por não ser identificada, disse ao Novo Jornal que a coordenação tornou públicos os nomes por entender que "isso deve servir como exemplo aos demais estudantes" porque o plágio é uma forma de explorar o trabalho intelectual de outros em proveito próprio, copiando em vez de mostrar esforço, empenho e competência.

Os 16 doutorandos que plagiaram os trabalhos de curso de doutoramento em ciências Sociais estão assim reprovados e advertidos de que não devem repetir essa ilicitude sob pena de serem expulsos da UAN.

Aníbal Simões, professor da cadeira de pesquisa bibliográfica, da Faculdade de Ciências Sociais da UAN, explicou ao Novo Jornal que os doutorandos, durante a formação, aprendem como combater o plágio e não entende por que razão o fizerem.

"Eles aprenderam várias formas de combater os plágios e sobretudo os softwares que permite detectar os plágios", contou o docente, acrescentando que "os estudantes sabem os riscos que correm".

Segundo Aníbal Simões, o problema dos plágios nas universidades não é somente ao nível da FCS da UAN, mas sim nacional.

Conforme este académico, o plágio dá expulsão quando existe uma repetição do trabalho, e não no primeiro caso como ocorreu com estes doutorandos.

Já o professor Arlindo Isabel, director do Gabinete de Informação Científica e Documentação na Universidade Agostinho Neto, e porta-voz da UAN, que falou ao Novo Jornal na qualidade de académico, disse ser grave a esse nível e lamentou o facto.

"Como é só pelo facto de plagiarem que a instituição deve sancionar estes casos severamente. O País só esta como está divido aos falsos intelectuais que passaram a comprar diplomas e a fazerem estas fraudes", explicou.

Segundo Arlindo Isabel, um estudante que faz fraude na universidade há-de fazer fraude em todo o lado.

"Penso que neste assunto não deve haver atenuantes. Um intelectual tem responsabilidades muito grandes num País. Por isso devem receber sanções duras", referiu.

Arlindo Isabel e Aníbal Simões, dois académicos da UAN, reconhecem que ao nível da Universidade Agostinho Neto estes não são os primeiros casos de plágio.

"Isso não é só não UAN, mas sim em todas as instituições do ensino superior no País", disseram os docentes que defendem maior rigor nas instituições.

O Novo Jornal tentou ouvir a versão de alguns dos acusados pela coordenação do curso de doutoramento da FCS da UAN de plagiarem, mas estes nenhum aceitou falar.

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