Tcul, Macon e AngoReal ignoram  INTR e mantêm preços altos
Operadoras aumentaram os preços à revelia e continuam a mantê-los, apesar do aviso do órgão regulador, que ameaça suspender licenças. Partes estão a trabalhar para encontrar uma solução.

As operadoras de transporte interprovincial continuam a desrespeitar a decisão do Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INTR), que proíbe o aumento das tarifas e que exige o recuo das empresas que fixaram novos preços, desde a abertura da cerca sanitária de Luanda, a 31 de Agosto.

Passados quase 15 dias sobre a decisão do INTR, as operadoras Macon, AngoReal e Tcul mantêm os preços, apesar da ameaça de suspensão das licenças dirigida aos incumpridores.

A viagem de Luanda para Lubango, por exemplo, pela Macon, antes da pandemia, custava 12.900 kwanzas, mas passou a custar 23.300 kwanzas, um aumento de 81%. E quem sai de Luanda para a Santa Clara tem pagar 30.800 kwanzas contra os anteriores 19.500kz, aumentando 58%.

Já o preço da viagem entre Luanda e Ondjiva aumentou 57%, saindo dos 18.800 para os 29.600 kwanzas.

Na AngoReal, a viagem entre Luanda e Benguela subiu de 6.500 para 12.700 kwanzas, registando uma variação de 95%, enquanto a viagem para o Huambo subiu 58%, saindo dos 8.500 para 13.400 kwanzas.

O INTR realça que as operadoras, ao procederem assim, estão em desobediência com as regras impostas pelo decreto que aprova as bases gerais para a organização do Sistema Nacional de Preços, assim como violam o decreto que determina os bens e serviços que fazem parte do regime de preços fixados e vigiados. Os operadores são ainda acusados de violarem o regulamento do Transporte Rodoviário Regular de Passageiros.

Por seu turno, as operadoras defendem-se que, com os preços praticados anteriormente, não conseguem cobrir os custos operacionais, considerando que estão obrigados a funcionar com apenas até 75% da sua lotação.

Agostinho Kialunguila, director técnico e operações da AngoReal, garante que a alteração dos preços foi feita tendo em conta a estrutura de custos das empresas, salientando que a “realidade de 2019 não é a mesma de hoje, e “o único componente dos transportes interprovinciais não é apenas o combustível”.

No entanto, reconhece que não têm autorização para a revisão dos preços. E adianta que o INTR solicitou às empresas a estrutura de custos, estando, neste momento, o Ministério a avaliar as propostas das empresas. ‘‘O INTR não foi informado sobre a aplicação das novas tabelas, mas têm de entender que nós tivemos o serviço interprovincial parado desde Março de 2020, e também sofremos todas as consequências da crise”, assegura.

Outra justificação da subida dos preços é baseada no “elevado custo operacional”, que é também “resultado do mau estado das estradas nacionais”, assim como a dificuldade da aquisição de peças no mercado internacional, devido à variação cambial, entre muitos outros.

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