Retrospectiva 2016
Chega ao fim 2016, apelidado pelos angolanos de dois mil escassez, um ano que ficará na história de Angola bem como na memória do seu povo.

Um ano marcado pela crise sem precedente, mortes de muitos angolanos pelo surto da febre-amarela, amontoados de lixo em todos cantos da capital, despedimentos em massa e encerramentos de várias empresa e demolições sem trégua.

No princípio deste ano que agora chega ao fim, um grupo de activistas angolanos formado por 17 elementos, foram julgados e condenados pelo Tribunal Provincial de Luanda, por arquitectarem um golpe de Estado. A condenação dos activistas, comoveu a comunidade internacional, o que influenciou para sua libertação provisória em Junho. Os mesmos beneficiaram da amnistia. 

Em pleno Março mulher, os angolanos foram surpreendidos com o anúncio da retirada da vida política activa do presidente da República, José Eduardo dos Santos. Cinco meses depois, José Eduardo dos Santos, era reeleito para mais um mandato no comando do partido dos camaradas, no VIIº Congresso do partido.  

As comemorações dos 14 anos de paz, a 4 de Abril, foram feitas no ambiente da contenção, mas, o que viria a marcar o mês da paz é a condenação de Kalupeka e seus seguidores pela tragédia do Morro Sumi. 

Em 14 anos de paz, militantes da UNITA e supostos militantes do MPLA, entravam em confrontos na tarde de quarta-feira cinzenta e sangrenta, de 25 de Maio, em Benguela, resultando em quatro mortos e acusações graves.

A crise devastava cada vez mais o país, os preços dos produtos da cesta básica subiam exorbitantemente, a luta nas padarias para comprar o pão fizeram recordar os antigos tempos. 

O poder de compra baixou, e a fome se instalou!

As ruas da capital estavam sufocadas pelo lixo, os hospitais do país estavam abarrotados de doentes infectados pela febre-amarela, a chuva não parava e a febre-amarela dizimava, causando enchentes nas morgues e cemitérios. 

Para dar volta ao contexto económico, várias reestruturações foram feitas nas instituições públicas, uma delas foi a petrolífera estatal. Por decreto presidencial, foi nomeada para o cargo de PCA da Sonangol, Isabel dos Santos, filha mais velha do PR. A nomeação causou várias contestações, fazendo com que um grupo de 12 advogados obrigasse a impugnação de Isabel, mas sem sucesso, pois, a PGR, considerou legal a nomeação. 

Agosto, neste mês Angola e o mundo viram nascer este portal (Angola-Online.Net), que cresce cada dia que passa graças aos internautas e a pequena e grande equipa deste portal que tem a missão de informar com credibilidade e formar Angola em online.

O martelo demolidor foi destaque neste mês, e a AO informou as milhares de demolições que ocorreram por Luanda, deixando centenas de famílias ao relento, e tirou a vida do pequeno Rufino de apenas 14 anos de idade. Rufino foi morto por um elemento das FAA, durante as demolições, até ao momento o autor do disparo anda a solta.  

Este ano, fica marcado também pelo aumento da criminalidade, em Outubro, uma família foi morta por delinquentes no município do Cazenga, durante um assalto na residência da mesma, um crime que chocou a sociedade. Na centralidade do Kilamba chegavam relatos de constantes roubos nos apartamentos, meses após as denúncias, o SIC apresentou o grupo de delinquentes liderado por um jovem angolano licenciado em Gestão pela Universidade de Windhoek.   

Os casos de abusos sexuais a menores, também foi notícia no AO, Luanda foi a província que mais casos de abusos de menores registou, os principais perdedores são pessoas próximas, incluindo pais. E um dos casos que passou pelo AO, é o do senhor de 54 anos, residente no Cazenga, que abusava das quatro filhas há 10 anos.

Perdas irreparáveis, foram consentidas nos domínios da política, desporto e cultura. Mais de 30 pessoas perderam a vida durante um concentro em Benguela, organizado pela LS Republicano, que não assumiu as famílias das vítimas.

No mês da dipanda, várias festividades e inaugurações foram feitas um pouco pelo país, K.Norte acolheu o acto central presidido por Manuel Domingos Vicente, vice-presidente da República. 

Quando tudo parecia calmo, a 17 de Novembro, a televisão portuguesa SIC, emite uma reportagem retratando o sofrimento e pobreza do povo angolano. A reportagem deixou a opinião pública dividida, e motivou o director do Jornal de Angola, José Ribeiro, acusar o proprietário da SIC, em investir na desestabilização de Angola.

O país puxava efusivamente e incansavelmente pelas Pérolas Negras, no CAN em andebol, que decorreu em Angola. As Pérolas levaram a melhor ao vencer todos jogos da competição, e ergueu no dia 7 de Dezembro, o 12º troféu, deixando o país orgulhoso. 

Finalmente, Dezembro, a 2 deste mês, um grupo de 37 ex-militares da extinta força armada da UNITA, começaram a ser julgados no Tribunal Provincial de Luanda, por atentado ao Presidente da República, e posse ilegal de armas.

Polémicas no mundo do entretenimento, também fizeram destaque no AO, uma delas, é a vinda a Angola da modelo norte-americana Bernice Burgo, que depois da primeira tentativa em vir ao país, veio a 2 de Dezembro, numa festa onde os bilhetes foram comercializados a preços exorbitantes.

A 10 do referido mês, o MPLA festejava os seus 60 anos de existência, com atenção virada para a sucessão de José Eduardo dos Santos, na liderança do partido. João Lourenço, actual vice-presidente do partido, e Bornito de Sousa, eram/são apontados como os prováveis rostos para a presidência do partido e cabeça de lista para as próximas eleições.

Inconformada por algumas situações, a UNITA na voz do seu presidente, revelou que tem ‘’engolido vários sapos’’, ao esclarecer durante uma conferência as razões que fazem com que a organização fique em silêncio perante algumas decisões do governo. 

Neste ano que falta poucas horas para terminar, o presidente da República, reconheceu as dificuldades vividas, apelou a união dos angolanos e desejou ‘’que as Eleições Gerais de 2017 decorram num espírito de tolerância política e de respeito pelas convicções de cada um’’. Numa altura em que terminou a primeira fase do registo eleitoral, com mais de 6 milhões de cidadãos já registados.

Esta é a retrospectiva do ano do portal Angola Online, até 2017.

Feliz ano novo!

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