Polícia de investigação criminal apresenta em Tribunal duas versões de homicídio
A 5ª secção da sala dos crimes comuns, começou a julgar em Luanda no passado dia 16 do mês em curso, o crime de homicídio ocorrido no passado dia 2 de Abril do ano em curso, no distrito urbano do Rangel, em que a polícia de investigação criminal não conseguiu apresentar os autores.

Texto de Domingos Manuel

A informação foi avançada ao Jornal Liberdade por uma fonte afecta ao Tribunal provincial de Luanda, dizendo que, a informação dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), datado de 26 de Julho do ano em curso, denuncia o crime de homicídio voluntário por agressão com arma branca (faca), em que foi vitima Domingos Gaspar António, facto ocorrido no dia 2 de Abril, por volta das 19horas, no distrito urbano do Rangel, no interior do mercado denominado Tungango. 

Segundo a fonte, a mesma instituição fez dois relatórios em que entra em contradição, dizendo que no dia 11 de Abril do ano em curso, a vítima se encontrava estatelado no interior de uma barraca, por cima de uma arca, na posição de cúbito ventral, inspeccionado que foi trajava um calção de cor preto, tronco nu, desprovido de calçados e sem vestígios de possível agressão. 

Este jornal conversou com Walter dos Santos Barbosa na cadeia central de Viana e disse que se encontra detido desde o dia 3 de Abril do ano em curso, por volta das 10 horas, a partir da via pública por agentes da polícia afectos a unidade dos CTT. 

Disse que, no dia 1 de Abril, por volta das 9 horas da manhã em companhia de José Guilherme, também conhecido por Nucho e a vitima Domingos Gaspar António, também conhecido por Mingo, não ter aceite fazer a divisão de um montante em dinheiro de 1.800.000 Kwanzas, dinheiro este que tinha de ser dividido pelos três. 

O Nucho e a vítima entraram em uma briga corporal onde o primeiro desferiu uma bofetada na face de Domingos Gaspar António, e este por sua vez devolveu. Em acto continuo, o Walter quando entreviu para apaziguar a briga do Mingo insurgiu-se contra ele, e assim este deu-lhe igualmente uma bofetada na face. Mas tarde, segundo as declarações de Walter Barbosa, depois de terem conversado, e ele devolveu 500 Kwanzas e os três foram conviver na barraca do senhor Russo, e beberam água ardente, denominada de casa velha, depois disso cada um foi para sua casa dormir.

No dia seguinte, num domingo no dia 2 de Abril, o Walter e o Nucho, foram informados por vizinhos dando conta que este se encontrava adoentado, assim ambos deslocaram-se imediatamente aos contentores dos Caminhos de Ferro de Luanda, localizado no mercado do Tungango local onde o infeliz passava as noites e levaram-no ao centro de saúde do bairro Rangel, e foi atendido por uma médica que os informou que o Mingo estava com paludismo em fase avançada e hepatite, pois tinha os olhos amarelados. 

O Mingo, ou seja a vítima foi submetido a um tratamento médico, e lhe foi entregue uma receita médica depois de terem adquirido alguns medicamentos que lhe foi entregue. 

Nucho disse que, depois de ter ouvido que o Mingo faleceu em companhia da  mãe do Walter, eles dirigiram-se a 8ª esquadra para dar a conhecer o ocorrido dos factos e não mas saíram, porque foram acusados de terem agredido o malogrado até a morte. 

SIC não cumpre com a orientação do Ministério Público

Apuramos que a magistrada do Ministério Público despachou que, os homens do SIC devem fazer as seguintes diligências e que não foi feito, como a inspecção do local onde foi encontrado o cadáver. 

No dia 5 de Abril realizou-se a autópsia do infeliz de 21 anos de idade, e os antecedentes é que ele foi vítima de agressão física e apresenta inflamação traumática na região parietal esquerdo. «Trata-se de uma morte violenta em contusão eucefálica, trauma craneonencifálco e a agressão física com objecto contundente», segundo o relatório da médica legista Nereyda Gonzáles Gonzáles.

A voz dos vizinhos 

No bairro da comissão do Rangel na rua 10 o jovem identificado apenas por Laurindo acusa, a senhora Maribeu de que havia ordenado algumas pessoas espancar o Mingo, e o outro o Chorão diz mesmo que, o Mingo chegou de roubar algumas garrafas vazias de cerveja na sua barraca, e que se constatou que ele foi espancado brutalmente pela polícia dos Caminhos de Ferro. 

Já a Laura Armindo Sebastião, também conhecida por Maribeu, e que foi ouvido no SIC, segundo a nossa fonte, estava presente um oficial da polícia dos Caminhos de Ferro, e o instrutor processual não lhe proibiu a sua presença. 

Confirmou diante depoimento no SIC que, «apercebi-me que por volta das 8 horas do desaparecimento de uma grade vazia de cerveja Nocal, dado a posição dele (Mingo), desconfio com o mesmo. 

Foi assim que levei mesmo a polícia dos Caminhos de Ferro, e posto lá confessou ter sido ele a pessoa que subtraiu a referida grade. Tendo vendido na rua 12, tendo sido recuperado e entregue nela», disse em declarações a polícia de investigação criminal

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