Segundo a PGR, os factos enfraqueceram “porque todas as suas actuações da Quantum Global, de Jean-Claude Bastos de Morais estavam na base de um documento contrato no qual o Estado angolano, representado pelo Fundo Soberano de Angola (FSDEA), o legitimava a praticar actos”.
“Os indícios inicialmente existentes foram enfraquecendo-se com a investigação que a PGR fez”, avançou a directora do gabinete de Intercâmbio e Cooperação Internacional da PGR.
De acordo com a Eduarda Rodrigues “a PGR não celebrou um acordo com Jean-Claude Bastos de Morais, porque esta instituição não tem legitimidade para o fazer, e na posição que a PGR ocupa nunca poderia assinar um documento desta natureza”.
“O que aconteceu foi que a PGR, enquanto representante do Estado angolano, promoveu uma negociação entre as partes (Fundo Soberano de Angola, pelo Estado angolano, e Jean-Claude Bastos de Morais, pela Quantum Global) com vista a recuperação dos activos que estavam sob a guarda e gestão das empresas de Jean-Claude Bastos de Morais”, disse a responsável.
Jean-Claude Bastos estava a ser acusado de vários crimes, nomeadamente o de burla por defraudação, associação criminosa, corrupção activa, tráfico de influência e o branqueamento de capitais.
“Promovemos esta negociação e tudo fizemos para recuperar os activos. Fizemo-lo com base no histórico que fomos verificando, porque quando o processo crime iniciou o Fundo Soberano de Angola não dispunha de grande informação nem de documentos suficientes”, disse a responsável.
Eduarda Rodrigues garantiu que o Estado angolano corria sérios riscos de perder activos no valor de cerca de 3 mil milhões de dólares que eram geridos pela Quantum Global.
“Recuperamos 3 mil milhões de dólares que estavam alocados em investimentos alternativos entregues a Jean-Claude Bastos de Morais para investir em estruturas de ‘private equity’ nas Ilhas Maurícias”, garantiu a directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR à Rádio Nacional de Angola.
Fonte: Jornal de Angola