Foram quase 12 horas que o pai de Inocêncio Matos, de 26 anos, morto durante a manifestação de 11 de Novembro, esteve defronte ao edifício da Procuradoria-Geral da República e do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, no sentido de exigir a realização de segunda autópsia ao corpo do filho na presença de membro da família, advogado ou um fotografo indicado por esta.
Mesmo a ser afastado a cem metros da Instituição, Alfredo Matos manifestou silenciosamente a um metro de distância da activista Laura Macedo. De pé, sentado, o pai com a tristeza a tomar conta do rosto exigia silenciosamente a justiça.
Alguns membros da família e sociedade civil tentaram prestar solidariedade, foram impedidos por agentes da Polícia.
O relógio marcava 23 horas quando surge no local alguém afecto a PGR a pedir a senhor Alfredo, antigo combatente, a voltar a casa, assegurando uma reunião com a PGR hoje nas primeiras horas para que se realize a segunda autópsia.
Chegados a acordo, o pai de Inocêncio juntamente com algumas outras pessoas que prestavam solidariedade a distância abandonaram o local quase por volta das zero da madrugada.
Se passam dez dias desde que Inocêncio Matos, estudante universitário, foi morto enquanto manifestava, pela primeira vez, contra o elevado custo de vida e desemprego.