Novos documentos colocam presidência de Trump em risco
Os democratas da Câmara dos Representantes dos EUA divulgaram uma série de documentos de Lev Parnas, um colaborador próximo de Rudy Giuliani, advogado pessoal do Presidente norte-americano, Donald Trump. Entre os documentos encontra-se uma nota manuscrita para pedir ao Presidente da Ucrânia que investigue “o caso Biden”, revela a Associated Press.

P U B L I C I D A D E

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Os documentos foram tornados públicos ontem, na véspera de os democratas enviarem os dois artigos de ‘impeachment’ para o julgamento de Trump no Senado. Através deles, percebe-se que Parnas, que actuava como intermediário, estava em constante comunicação com Giuliani e em contacto com autoridades ucranianas.

Entre os documentos está uma captura de ecrã de uma carta, anteriormente não divulgada, de Giuliani a Volodymyr Zelenski, datada de 10 de maio de 2019, quando este não tinha ainda tomado posse como Presidente da Ucrânia. Na missiva, Giuliani solicita uma reunião com Zelenski na qualidade de “conselheiro pessoal do Presidente Trump e com o seu conhecimento e consentimento”.

Na  nota manuscrita, retirada de um bloco do Hotel Ritz-Carlton, em Viena, pode ler-se: “Faça com que Zelenski anuncie que o caso Biden será investigado.” Durante um telefonema em Julho do ano passado, Trump pediu ao seu homólogo ucraniano que investigasse o ex-vice-Presidente Joe Biden e o seu filho Hunter, que fez parte do conselho de administração da empresa de gás ucraniana Burisma.

Joe Biden é um dos democratas mais bem colocados para tentar travar a reeleição de Trump, apoiado pelo Partido Republicano, nas eleições de 3 de Novembro nos EUA.

No ano passado, Parnas e o seu parceiro de negócios, Igor Fruman, ambos cidadãos americanos que emigraram do antigo bloco soviético, foram indiciados por acusações de conspiração, declarações falsas e falsificação de registos. Os procuradores alegam que Parnas e Fruman fizeram enormes doações a causas republicanas após terem recebido milhões de dólares com origem na Rússia.

Os documentos agora revelados — registos telefónicos, mensagens escritas, pen drives, etc. – foram enviados para a comissão de Justiça da Câmara dos Representantes por três outras comissões “para serem incluídos como parte do registo oficial que será transmitido ao Senado juntamente com os artigos de ‘impeachment’, revela um comunicado.

A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou que aquele órgão irá votar hoje o envio para o Senado dos dois artigos para a destituição de Trump, elegendo os promotores para o julgamento político do Presidente.

O julgamento será conduzido por John Roberts, mas serão os senadores a actuar como juízes perante advogados escolhidos por Trump.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, anunciou que o julgamento deverá começar na próxima Terça-feira.

A investigação do ‘impeachment’ centra-se nas alegações de que Trump pressionou a Ucrânia a anunciar publicamente uma investigação aos Biden em troca da prometida ajuda militar. Em causa estava o envio de 390 milhões de dólares (cerca de 350 milhões de euros) em ajuda militar a Kiev. Esse montante foi libertado já depois de um anónimo ter denunciado a chamada telefónica de Julho entre Trump e Zelenski.

Em Dezembro, a Câmara dos Representantes aprovou duas acusações formais de abuso de poder e obstrução do Congresso. Os democratas consideram que Trump abusou do cargo que ocupa ao pedir a Kiev para investigar Biden. A acusação de obstrução baseia-se em parte nas directivas da Casa Branca para que os seus funcionários não cooperassem com o inquérito à destituição presidencial.

Trump nega ter cometido quaisquer irregularidades e classifica o processo de ‘impeachment’ como “uma farsa”.

Fonte: EXPRESSO

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