“Fiquei altamente surpreso, cumprimentou-me como se me tivesse visto crescer, já não é a primeira pessoa que representou o Estado que diz: eu conheci o teu pai [João Beirão, dirigente do MPLA e ex-diretor-geral da Fundação Eduardo dos Santos], fui muito próximo do teu pai, para criar uma espécie de simpatia ou de proximidade”, disse Luaty Beirão em declarações à agência Lusa.

“Então, senhor Luaty, o senhor está bom? Eu fui muito amigo do seu pai”, disse o arguido, apertando a mão ao activista, ao que Luaty Beirão respondeu não ter valido de muito.

Luaty Beirão, que foi detido com outros jovens, em 2015, por se ter reunido, em Luanda, para discutir política e alternativas para o país e foi julgado e condenado, a 28 de março de 2016, com outros 16 activistas acusados de tentativa de golpe de Estado contra o ex-Presidente, José Eduardo dos Santos, esteve ontem, pela primeira vez, a assistir ao julgamento do general “Zé Maria”.

António José Maria começou a ser julgado, no dia 11 deste mês, pelos crimes de insubordinação e extravio de documentos, aparelhos ou objetos contendo informações de carácter militar, mais concretamente sobre a Batalha do Cuito Cuanavale, que ocorreu na província angolana do Cuando Cubango, em 1988.