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Enquanto as rendas "prime" deste mesmo segmento de maior qualidade desceram entre os 75% e 88%, de acordo com cálculos do Expansão sobre o estudo da consultora imobiliária Zenki Real Estate, intitulado Angola Property Market, Balanço 2019, Perspectivas 2020.
Antes da crise dos preços do petróleo, Luanda liderava rankings como o das cidades mais caras do mundo para expatriados, e era notória a dinamização dos sectores da construção e do imobiliário em áreas como a residencial, os escritórios ou os espaços comerciais.
O imobiliário era dinamizado essencialmente por empresas do sector petrolífero, financeiro e consultoria, mas também pela classe alta e média angolana e expatriados, nomeadamente quadros médios e superiores das empresas.
Naquela altura, um T3 novo na baixa da cidade de Luanda custava, em média, quase 2 milhões USD. Por um arrendamento de um T1 - tipologia muito procurada por expatriados - na mesma zona eram cobrados 12 mil USD, valor que beneficiava da escassez oferta para tão grande procura. Só que a crise dos preços do petróleo, iniciada em 2014 teve como consequência o desinvestimento em Angola de empresas estrangeiras e provocou a saída de expatriados. Outra consequência? Cumpriram-se as regras de mercado: maior oferta e menor procura, os preços baixam.
E não foi só no sector residencial que os preços caíram abruptamente já que aconteceu o mesmo nos escritórios, com quedas de 68% no arrendamento na baixa da cidade, de 72% na alta, de 76% na zona da Praia do Bispo e de 60% em Talatona. Para se ter uma ideia, arrendar um escritório com 150 metros quadrados na baixa de Luanda custava, em média, 22.500 USD e hoje custa 7.125 USD.
Quanto à venda, o mesmo escritório custaria em 2014 cerca de 1,5 milhões USD e hoje ronda os 900 mil USD, representando uma queda de 41%. Em Talatona o preço médio por metro quadrado caiu 28% para 4.750 USD e na zona alta da cidade caiu 40% para 5.500 USD.
EXPANSÃO