Livro sobre Savimbi provoca ameaça de morte
Uma semana depois de ter lançado o livro ‘Heroínas da Dignidade’, em que homenageia algumas mulheres mortas na Jamba e as peripécias por que outras passaram, supostamente a mando de Jonas Savimbi, a jornalista e jurista Florbela Malaquias diz ter sofrido ameaças de morte.

P U B L I C I D A D E

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Contactada ontem por O PAÍS, ‘Bela’ Malaquias confirmou que “as ameaças surgem na sequência do lançamento do livro”. Segundo a jornalista, um indivíduo contactou-a “por telefone e proferiu as ameaças, porque ele acha que eu não deveria escrever, uma vez que Savimbi é o que é”.

“A pessoa está bem identificada. Chama-se L.C (inicias do nome do acusado) e o Serviço de Investigação Criminal (SIC) já está a tomar conta do assunto”, garantiu a autora do livro que é visto como “anormal” por alguns indefectíveis do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.

Nas redes sociais, uma das filhas de Jonas Savimbi, Ginga Sakaita, saiu em defesa do “bom-nome do pai” por causa do livro e da chacina que lhe é imputada, em que, além de mulheres, terão sido também mortas algumas crianças. 


Num texto extenso que publicou no Facebook, partilhado por figuras influentes do próprio partido do Galo Negro, a jovem, que foi vista nos dias de campanha que antecederam o último congresso a calcorrear o país ao lado do novo presidente da UNITA, Adalberto Cota Júnior, escreveu: “A senhora, se por acaso tem filhos, devo dizer que falhou, falhou como Mãe! Porque devo dizer que como Mãe que também sou, jamais terei uma atitude de atacar ou desprezar outro ser humano! Porque a Natureza das Mães é de ensinar com um coração congregador de que somos todos os filhos do Altíssimo e que todos somos diferentes, mas aprender a amar, aceitar e respeitar o próximo é a chave e o segredo para a unificação do mundo! Acima de qualquer coisa que o mundo dos homens pode oferecer, estão os nossos princípios básicos de convivência e respeito aos outros! Quem não se mete no lugar dos outros não serve”.

No acto de lançamento do livro, a autora, que narra a história na primeira pessoa, disse: “pretendi lançar a pedra no charco da consciência nacional para que se olhe para este acto de feminicídio como um crime praticado em Angola contra as angolanas e que se considere a possibilidade da data 7 de Setembro, em articulação com a Organização das Nações Unidas (ONU) como um marco contra o feminicídio no mundo”. E prossegue a jornalista: “achei necessário lançar luz sobre as trevas que durante muitos anos pairaram sobre a verdade de certos factos. Não foi tão fácil para mim, expor-me, isto é uma auto-exposição, mas fiz pela verdade”.

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