"De que jornalismo precisa a nossa democracia?", foi o pano de fundo da formação realizada nos dias 05 e 06 do corrente mês, na União dos Escritores Angolanos, pelo Sindicato dos Jornalistas.
Questões ligadas a ética e deontologia, relação entre o poder político, a imprensa e a sociedade, foram abordados pelos prelectores Ismael Mateus, jornalista, Adão Avelino, professor de Ética e Filosofia do Direito da UCAN e UAN, e Albano Pedro, jurista.
Adão Avelino, reconheceu a abertura “tímida” no exercício do jornalismo que ao seu ver “fugiu da sua razão por causa dos novos "quimbandeiros".”
"Jornalistas que deixam-se corromper são maquiavélicos”, disse Adão Avelino, chamando atenção da necessidade de um jornalismo “missionário”, pautando pela “transparência, imparcialidade, responsabilidade e isenção.”
Por sua vez, Albano Pedro, responsabiliza o Estado pela precariedade verificada actualmente na Comunicação.
“Quando os órgãos de Estado não se abrem, não colocam a informação a disposição do jornalista, obviamente os que acabam por ter a missão de produzir a informação sem fonte fidedigna, acabam produzindo uma informação de má qualidade”, observou, chamando a responsabilidade .
O jurista disse ainda, se confunde o que é segredo de Estado e o seu alcance, pelo facto da Lei contra os crimes da segurança de Estado não estar especifica do que é o interesse público protegido pelo Estado.
“Segredo de Estado é toda informação que ponha em risco a segurança do Estado, a informação daquilo que ocorre na estrutura da presidência da República, há órgãos que não devem ser expostos, são estratégicos, não podemos conhecer o nome do guarda-costa do PR, é um segredo de Estado…” disse fazendo saber igualmente, as informações mantidas em segredo de justiça enquanto decorre a investigação não podem ser veiculadas sob pena de quem o fez correr a responsabilização civil e criminal.
A formação de acordo o secretário-geral do sindicato, Teixeira Cândido, continuará nos próximos tempos. O encerramento foi prestigiado pela presença do secretário de Estado para Comunicação, Celso Malavoloneke.