Imagens contradizem comunicado da Polícia sobre mortes na barragem de Caculo Cabaça
A polícia abriu fogo contra diversos trabalhadores da barragem de Caculo Cabaça, Kwanza Norte.

Vários vídeos mostram pelo menos um trabalhador ensanguentado a ser levado em ombros enquanto se ouvem disparos.

Testemunhas acusam a polícia de ter efectuado disparos sobre os funcionários da empresa CHINA GEZHOUBA GROUP COMPANY LIMITED (CGGC), colocados na barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça.

Um desses vídeos mostra um grupo de agentes da PN, numa estrada, a mais de 100 metros de um grupo de manifestantes, desarmados e com os braços no ar, a disparar sem estar sob qualquer ameaça dos trabalhadores da barragem. Mas não é possível verificar se o vídeo é actual e se não foi sujeito a qualquer tipo de manipulação.

Em comunicado, o Comando Provincial do Kwanza-Norte da Polícia Nacional negou que as forças de segurança tenham disparado sem motivo ou com intenção de atingir as pessoas, garantindo que receberam ordens para observar a "máxima contenção".

A PN refere ainda que os funcionários vandalizaram os bens patrimoniais com realce para "oito viaturas diversas, geradores, material de escritório, frigoríficos, cabos eléctricos, portas e janelas", lê-se no documento, sem que seja possível perceber se o confronto entre o grupo de agentes da PN e os trabalhadores ocorreu antes ou depois dos actos de vandalismo praticados nas instalações, igualmente filados e divulgados nas redes sociais.

De acordo com a informação da corporação local, o grupo de trabalhadores, de forma violenta, visando a vandalização das instalações e ataque à integridade física dos cidadãos chineses, dirigiu-se ao local e as forças destacadas para manutenção da ordem no local dispararam "após esgotarem as técnicas de expressão para a contenção dos ânimos e devido ao défice da correlação de forças".

Ainda segundo o documento, os agentes "foram envolvidos pelos manifestantes munidos de objectos cortantes", facto que motivou a "utilização de armas de fogo, tendo alguns disparos atingindo oito cidadãos, dos quais, dois perderam a vida, um no local e outro no Hospital Josina Machel (Maria Pia)

Nos vídeos disponíveis nas redes sociais não foi possível confirmar que tenha havido qualquer contacto de proximidade entre as forças de segurança e o grupo de trabalhadores.

Fonte do Ministério do Interior local, que, foram, três vítimas mortais.

Entretanto, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, vai estar oficialmente a visitar as obras da barragem na terça-feira, ao longo do dia de terça-feira,31, sendo que um dos pontos da agenda é um encontro alargado sobre a "situação social e laboral do projecto", incluindo sindicatos e empresas ligadas ao projecto, incluindo a chinesa CGGC e a Gamek, que representa o Estado.

No comunicado emitido pelo seu gabinete, João Baptista Borges desloca-se ao local para "constatar o grau de execução da empreitada" que tem como empreiteiro geral a CGGC, e como coordenação do GAMEK (Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza), e ainda para "um encontro alargado sobre a situação laboral e social" na obra.

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