Glencore paga 1,1 mil milhões dólares para encerrar investigações nos EUA
O pagamento de subornos a funcionários e agentes públicos visou garantir contratos e evitar auditorias. A multinacional suíça admitiu ainda em tribunal que pagou a juízes para fazer desaparecer acções judiciais.

Camarões, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Nigéria e República Democrática do Congo estão na lista de sete países onde a multinacional Glencore admitiu ter feito pagamentos a funcionários e agentes públicos, entre 2007 e 2018, num montante superior a 100 milhões USD, para "garantir contratos petrolíferos" e "evitar auditorias governamentais".

A multinacional suíça do comércio petrolífero declarou-se culpada das acusações e concordou pagar mais de 1,1 mil milhões USD para encerrar as investigações nos EUA sobre violações à Lei de Práticas de Corrupção Estrangeira e, num outro processo, sobre um esquema de manipulação dos preços das mercadorias, segundo confirmou o Departamento de Justiça norte-americano.

A confissão de culpa da Glencore faz parte de um conjunto de resoluções coordenadas com as autoridades criminais e civis dos EUA, Reino Unido e do Brasil, e inclui ainda a confirmação de pagamento de subornos a juízes para fazer desaparecer acções judiciais.

"No fundo, a Glencore pagou subornos para ganhar dinheiro - centenas de milhões de dólares. E fê-lo com a aprovação, e mesmo encorajamento, dos seus altos executivos", afirmou Damian Williams, procurador para o distrito sul de Nova Iorque.

Segundo a justiça americana, as acusações abertas nos EUA têm por base um "esquema de décadas" da Glencore e das suas subsidiárias para "fazer e ocultar pagamentos corruptos e subornos, através de intermediários em benefício de funcionários estrangeiros em múltiplos países". Além dos cinco países africanos, a lista de países onde a Glencore pagou subornos inclui o Brasil e a Venezuela.

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