Encerramento das agências do Banco Atlântico põe em pânico clientes
O Banco Millennium Atlântico, com mais de dois milhões de clientes, encerrou de forma definitiva, nos primeiros seis meses deste ano, cinco agências bancárias na zona baixa da cidade de Luanda, o que inquieta vários clientes.

Na parte baixa da cidade de Luanda, como constatou o Novo Jornal esta semana, foram fechadas de forma definitiva as agências bancarias do Banco Millennium Atlântico na Avenida Rei Katyavala, e nas ruas dos Combatentes, Cónego Manuel das Neves e Joaquim Kapango, todas no município de Luanda.

Não se sabe ao certo se o Banco Millennium Atlântico terá dispensado ou não os funcionários destas agências. Quando contactada pelo Novo Jornal, a direcção do Atlântico não respondeu a essa questão, alegando não dispor de dados concretos.

Filomena Miranda e Catarina Santana, duas clientes do banco que o Novo Jornal encontrou na Avenida Rei Katyavala, tinham-se deslocado para tratar de um assunto de extrema importância e bateram com o nariz na porta, pois a agência estava encerrada.

No Bairro do Cruzeiro, junto ao Banco Sul, a única agência do Banco Atlântico naquela zona, também foi encerrada.

Joaquim Armando, segurança de um estabelecimento próximo do local, disse que diariamente muitos clientes da instituição ainda se deslocam ali por falta de informação e ficam surpresos ao tomarem conhecimento do encerramento do balcão.

"Às vezes perguntam-nos para onde foram e nós não sabemos responder também. No início indicávamos a agência próximo ao "Zé Pirão", mas aquela agência também foi encerrada", explicou o segurança.

Vários cidadãos lamentaram o encerramento definitivo das agências do Atlântico, sobretudo na zona baixa da cidade de Luanda, outros afirmam que só viram situação similar acontecer aquando da fusão entre o Banco Millennium Angola e o Banco Privado Atlântico que em 2015 deu lugar ao Banco Millennium Atlântico.

Em resposta ao Novo Jornal quando contactado para esclarecer o assunto, a administração do Banco Millennium Atlântico respondeu que a instituição está, tal com os restantes bancos angolanos e não só, a passar por um momento de optimização dos seus activos, em virtude da adversidade económica que se faz sentir em todo o mundo.

Entretanto, a instituição não avançou quantas agências bancárias em Luanda e em outras províncias do País o Banco Millennium Atlântico terá encerrado, nem se terá dispensado funcionários.

Daniel Santos, PCE do Banco Millennium Atlântico, afirmou recentemente que "fruto dos investimentos efectuados em tecnologia, no âmbito do plano estratégico ATLANTICO 2.1, o banco tem estado especialmente bem posicionado para fazer face à crise, usando massivamente a tecnologia para dar aos colaboradores um instrumento de trabalho não presencial e servir os clientes independentemente do lugar onde se encontrem".

"A nossa visão para 2024 consiste em ser o banco que melhor potencial, talento, inovação e informação para servir clientes com excelência, maximizando o valor gerado para a sociedade", afirmou.

Augusto Baptista, vice-PCE do Atlântico, disse durante o XI fórum banca, realizado pelo semanário Expansão, no dia 30 Julho, que há um "gap" entre os clientes mais afluentes, que tendem a ir menos aos balcões e fazem as operações no digital, e os menos afluentes, que frequentam os balcões.

De acordo com Augusto Baptista, o grande desafio que o Atlântico tem é trazer os clientes todos para o digital.

O Banco Atlântico concluiu o ano de 2020 com resultados líquidos de 15,6 mil milhões de kwanzas e faz parte da lista dos cinco maiores bancos em activos do sistema financeiro nacional.

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