Em defesa de um bem público, o Gabinete Provincial dos Serviços Técnicos e de Infra-Estruturas de Benguela impõe reajustes no projecto de reabilitação do dispensário antituberculose, no município-sede, a cargo de uma companhia de pesca chinesa com participação de angolanos, a entidade financiadora, conhecida, para lá das capturas em grande escala, por estar associada ao que organizações sindicais chamam de «escravatura moderna» no País, numa alusão a denúncias de trabalhadores que se sentem injustiçados.
Mas, como facilmente se percebe, tendo em conta a já mencionada defesa do bem público, não é pela forma como "maltrata" jovens angolanos que a Guanda Pesca Limitada, em Angola desde 2016, está na mira de técnicos do Gabinete de Infra-Estruturas, focados, aí sim, numa firma "sem requisitos" para tamanha empreitada.
O destinatário do alerta é o vice-governador para a área Técnica e de Infra-Estruturas, Adilson Gonçalves, que, por sinal, esteve presente no acto de lançamento do projecto, há pouco mais de uma semana.
"A Guanda não é uma empresa de construção civil", referiu um especialista da área, assinalando que as doações são bem-vindas desde que em obediência a determinadas normas.
Numa consulta levada a cabo na sequência desta denúncia, a fonte observou que o objecto social da Guanda Pesca, LDA até inscreve a construção civil, num conjunto de mais de 10 ramos de actividade económica, mas, sublinha a fonte, não tem alvará o documento que, neste caso, deveria ter sido emitido pelo Gabinete Provincial dos Serviços Técnicos e de Infra-Estruturas.
Conforme apurou o NJ, tão ou mais preocupante é que, como atesta a imagem, o Gabinete Provincial dos Serviços Técnicos e de Infra-Estruturas surge na placa como "empresa fiscalizadora", sem ter sido contactado.