Efectivos do SIC acusados de roubar mais de dois milhões de KZS a cidadãos chineses
Três supostos agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), afectos ao destacamento da Zona Económica Especial (ZEE), em Viana, foram flagrados neste Sábado 28 de Dezembro, a extorquir um cidadão chinês, proprietário de uma clínica, com argumentos de exercer actividade de saúde sem a autorização do Serviço de Investigação Criminal.

P U B L I C I D A D E

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Os supostos agentes do SIC que se transportavam numa viatura Toyota Rav 4, com a chapa de matrícula LD-07-36-AX, levaram do Cidadão chinês mais de três milhões e alguns haveres pessoais, tendo proferido ameaça de morte caso ele denunciasse o sucedido.

Sem mandado de busca e apreensão, conta a fonte, os supostos agentes exigiram aos proprietários que exibissem o dinheiro que tinham disponível. “Mandaram abrir os caixas para verificar as notas falsas, numa altura em que recorriam a ameaças constantes e arrombavam algumas gavetas onde continham dinheiro”, refere a fonte.

Além disso, segundo um documento enviado ao Jornal de Angola pela gestão da clínica, os acusados, bastante conhecidos dos empresários que operam no Pólo Industrial de Viana, por serem useiros e vezeiros, na prática de extorsão, principalmente a estrangeiros, buscaram todos os argumentos para culpabilizar os donos do centro médico, no sentido de conseguirem o melhor canal para sacar dinheiro.

“Uma das formas de extorquir foi na verificação da documentação da clínica e dos seus funcionários”, conta a fonte, para acrescentar que os supostos investigadores afirmaram que todos os documentos eram falsos, incluindo os vistos e os passaportes dos chineses, bem como os certificados do ensino médio dos técnicos angolanos de Enfermagem.

Além dos 1.800.000 kwanzas, subtraídos de uma sacola que continha três milhões de kwanzas, os empresários chineses acusam ainda os supostos agentes de terem levado telefones e outros pertences pessoais.

Depois de terem abandonado o estabelecimento, os dois supostos investigadores criminais detiveram um dos cidadãos chineses, com a pretensão de levá-lo a uma unidade policial, mas o detido foi desviado para uma estrada terraplanada, numa zona de Viana.

 No local, o empresário foi obrigado a entregar 500 mil kwanzas, sob ameaças de morte. “Os carros circulavam, mas o polícia me apontava uma arma e ameaçava de morte se eu resistisse. Para me deixarem ir embora, fui obrigado a dar 500.000 kwanzas. Depois, eles retiraram da sacola mais 1.300.000 kwanzas, num total de 1.800.000 kwanzas”.

O caso já está sob a alçada do SIC de Luanda, segundo confirmou o advogado da unidade clínica, João Saviti, que realçou que os referidos agentes do SIC, depois de ouvidos pelos seus superiores hierárquicos, admitiram a prática e garantiram a devolução do dinheiro hoje.

NMRC/JA

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