Depois das AAA: Sonils deu milhões à accionistas fantasmas
A empresa que detém o monopólio da logística no sector petrolífero terá permitido sobrefacturação, causando perdas de milhões ao Estado angolano. Accionistas fantasmas ganharam milhões.

A empresa foi responsável por 76% da actividade logística do petróleo como resultado da exclusividade da prestação de todos os serviços de que as empresas prestadoras de serviço à indústria petrolífera necessitam. De acordo a revelação do Jornal Valor Económico, a diferença dos preços da Sonils, chegava a atingir 80%, face à média do mercado nacional. Ao cobrar a renda por metro quadrado, a depender da duração do contrato, entre 60 e 120 dólares, isso em 2016.

Os preços dos serviços nunca preocuparam as empresas petrolíferas porque mais recebem na medida que o investimento for mais alto.

A empresa detida totalmente Orlean Invest Holding (OI OSC) desde 2011, após comprar à Sonangol 30% das acções no valor de 297 milhões de dólares, deu um total de 23 milhões de dólares, depositados em contas bancárias em Lugano, na Suíça, as empresas a Socalop e a Capital Port, SA, com ligações a Desidério Costa e Albina Assis, entre 2004 e 2011.

Em 2016, revela o Valor, as duas empresas que não fazem parte do capital social da Sonils, reclamaram “dividendos vencidos num total de 55,2 milhões de dólares, correspondentes ao período entre 2012 e 2014.”

No entanto, as duas empresas tentaram formalizar a entrada no capital social em 2016, altura que Francisco Lemos geria a Sonangol, “só que o processo não avançou por desinteligências sobre o valor a ser pago, já com Isabel dos Santos à frente da petrolífera.”

“Os sócios privados propõem formalizar a aquisição das suas participações pelo valor de 13 milhões de dólares, mas o valor é negado pela Sonangol. Foi contra-proposto um carry-pay-back com os dividendos passados e futuros (o que levaria quatro a cinco anos a regularizar), proposta que não foi aceite pelos sócios”, lê-se num dos documentos da Sonangol. No mesmo ano, foi “feita uma nova proposta aos sócios privados para que abrissem mão do património na sociedade e/ou reduzam a sua participação no capital social, o que não foi aceite”.

Entretanto, em 2017 Lima Viegas, Desidério Costa, Luís Bagorro Júnior e Albina Assis Africano, enviaram outra carta à Sonangol na tentativa de formalizar a entrada no capital social da Sonils. A petrolífera recusou.

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