Comboio não circula há duas semanas - Direcção do CFL impede funcionários trabalhar
Quatro dias depois de os funcionários do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) terem suspendido a greve, os comboios em Luanda continuam a não circular porque a direcção do CFL impede os funcionários de trabalharem, pois exige que a greve seja levantada e não suspensa.

Enquanto isso, os funcionários comparecem nos seus postos e cumprem o horário normal de trabalho, apesar de as locomotivas não estarem autorizadas a circular pela direcção.

No dia 02 deste mês, os funcionários do CFL paralisarem as actividades para exigirem melhorias de condições laborais e aumento salarial.

Três dias depois, e após a evolução na mesa das negociações entre a entidade patronal e a comissão negocial, a greve foi suspensa pelos trabalhadores, mas o Conselho de Administração do CFL entende que a greve deve ser levantada e não suspensa, situação que os funcionários rejeitam por acreditarem que ficaram pontos do caderno reivindicativo por resolver.

O braço-de-ferro entre a empresa e os funcionários prevalece até agora porque, segundo o porta-voz do CFL, Augusto Osório, os pontos reivindicativos foram atendidos satisfatoriamente.

"Os pontos do caderno reivindicativo foram respondidos satisfatoriamente na generalidade. Não vemos o que devemos negociar mais neste momento", referiu.

Ao Novo Jornal, Maria da Ressurreição, secretária-geral adjunta do sindicato dos trabalhadores do CFL, disse que faltam ainda seis dos 16 pontos constantes do caderno reivindicativo, para serem discutidos e resolvidos, "coisa que a direcção nega discutir".

"O porta-voz do CFL assegurou que esse é o ponto que dificulta e faz com que os comboios não circulem. A administração não vai aceitar a suspensão e quer o levantamento da greve", realçou.

Segundo a sindicalista Maria da Ressurreição, caso se levante a greve, isso significará que as reivindicações dos funcionários foram todas atendidas e que as partes ficaram satisfeitas, o que, segundo o sindicato, não corresponde à verdade.

Alguns funcionários do CFL contaram ao Novo Jornal que há "uma intenção maliciosa da parte da direcção em culpabilizar os funcionários".

"Não entendemos o querem estes senhores, suspendemos a greve por notarmos que as coisas ainda não ficaram claras. Eles pensam que um aumento de 25 mil kwanzas a todos é motivo suficiente para levantarmos a greve? Agora porque é que não nos deixam trabalhar se nós já não estamos em greve? Algo de mal esses senhores querem fazer", descreveram.

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