O porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, apenas garantiu que "muito brevemente o relatório de auditoria no Ficheiro Informático de Cidadãos Maiores [FICM] e a solução tecnológica para o apuramento dos resultados será tornado público".
Lucas Quilundo afirmou que o processo foi feito na sequência de um concurso público internacional promovido pela CNE, ao qual concorreram oito entidades nacionais e internacionais, tendo sido seleccionada a Intellera para a auditoria ao processo tecnológico das eleições gerais e do FICM.
"Podemos dizer sem qualquer pretensão que todo o processo de aquisição de bens e serviço para o processo eleitoral foi conduzido com base no que estabelece a lei e todos os procedimentos concursais foram abertos e foram públicos", afirmou.
Sobre a existência de mortos no Ficheiro Informático de Cidadãos Maiores, onde consta a relação nominal dos cidadãos habilitados a exercer o direito de voto e que resultou do cruzamento das bases de dados dos registos eleitoral e do civil, o porta-voz da CNE desvalorizou, argumentando que em qualquer base de dados "é natural que existam falecidos".
A CNE, segundo Lucas Quilundo, recebeu o ficheiro do Ministério da Administração do Território exclusivamente em modo de leitura, pelo que não é editável, tendo servido apenas para a elaboração dos cadernos eleitorais.
A CNE "não sabe, nem está em condições de dizer quantos falecidos lá se encontram, não teve acesso a essa informação", acentuou, indicando que, pelo facto de o ficheiro ser recebido desta forma, existe uma "impossibilidade material e legal de algum modo de fazer a limpeza dos mortos do ficheiro".