Chineses tornam trabalhadores angolanos escravos
Empresa que construiu Kilamba e Sequele trancou os trabalhadores desde 2019.

 

A Polícia Nacional (PN) de Angola diz que vai investigar uma denúncia de funcionários da empresa chinesa Citic Construções sobre um alegado "confinamento forçado e maus-tratos", nos estaleiros da construtora nos arredores da centralidade do Kilamba, em Luanda.

A denúncia foi feita na terça-feira, 2, aos microfones da rádio Ecclésia.

“Eles não nos permitem sairam fora, nem ir às nossas famílias, se sairmos vão nos correr, nós estamos aqui desde o dia 18 de Março de 2019”, disse um dos trabalhadores sob anonimato.

O porta-voz da PN em Luanda, superintendente Néstor Goubel, garante que a corporação vai investigar a denúncia.

“Todo assunto que é de domínio da população e que carece de uma explicação, claro que é alvo de uma investigaçao”, sublinhou Goubel, sem dar mais detalhes.

Entretanto, o secretário-geral da Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) diz que, por conta de uma denúncia sobre escravatura laboral em 2016, ele foi constituído arguido pela Procuradoria Geral da República, mas não tem dúvidas da existência de confinamentos forçados e maus-tratos em empresas chinesas no país.

“Continuo a dizer que em Angola há escravidão laboral, há empresas estrangeiras que vão buscar crianças ao Cunene, Benguela e Huíla e as colocam a trabalhar sem condições, com alimentação péssima e dormem em espaços não cobertos”, afirmou Francisco Jacinto.

O porta-voz da Polícia, Néstor Goubel disse  que “muitas destas situações têm a ver com os contratos de trabalho que a entidade empregadora tem com os trabalhadores".

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