Cabo Verde quer ter mais investimentos angolanos
O mercado cabo-verdiano está disponível para receber empresários angolanos que queiram investir no arquipélago.

A garantia é do embaixador de Cabo-Verde em Angola, Jorge Figueiredo, em entrevista à Rádio Essencial, em que desafiou a companhia aérea angolana TAAG, a criar uma rota de voo entre Luanda e Praia.

Jorge Figueiredo garante que o seu país não impõe limitações para quem queira investir nas nove ilhas em serviços, “por possuir pouca capacidade produtiva e não possuir potencial industrial”. No entanto, o diplomata assegura que o país ofereces oportunidade de investimentos no turismo e transportes, principalmente, e acredita que Cabo Verde pode ser um canal viável para Angola integrar-se no mercado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CDEAO), como país produtor e enquanto mercado.

"Para isso, será necessário um juntar de mãos entre Cabo Verde e Angola, da mesma forma que Cabo Verde tem uma relação fácil com a União Europeia e com os Estados Unidos onde temos uma comunidade importante, e é neste sentido, que Cabo Verde pode apresentar vários serviços para oferecer a Angola", defendeu.

Jorge Figueiredo reconhece que apesar das boas relações que o seu país tem com Angola, a ligação directa, via aérea entre os dois país, não tem sido fácil por ser uma “linha não rentável”. "Quando vim, não havia ligações direitas entre Angola e Cabo Verde porque tinham sido interrompidas por razões económicas, o voo era feito via São Tomé. Os voos chegavam vazios a Cabo Verde e não era rentável manter uma linha destas. Agora, a TAAG está pensar na estratégia de criar o linha que liga Cabo Verde pelo continente passando, por exemplo, pela Guiné-Conacri, Nigéria, Mali, Senegal e Praia, porque Angola tem gente suficiente de toda esta região para promover uma linha rentável para a TAAG e nós estamos disponíveis a integrar este projecto".

Nas relações entre os dois países, Angola tem uma operadora aérea a funcionar em Cabo Verde fazendo ligações entre as Ilhas, e o embaixador garante que tem recebido relatos de que está “a prestar um bom serviço”.

O embaixador ainda admitiu que o seu país não tem sabido tirar proveito de um terreno de sete mil hectares de terras aráveis (mais de 10% de terras de Cabo Verde), no Kwanzas-Sul, oferecidas pelo Presidente José Eduardo dos Santos, para um projecto agroindustrial. Dez anos depois, os terrenos continuam abandonadas, por isso, Jorge Figueiredo revelou ter a intenção de abordar o primeiro-ministro do seu país para saber se há capacidade de Cabo Verde arrancar com o projecto. Caso a resposta seja negativa, defende que se deve devolver os terrenos ao Governo de Angola.           

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