Bispos preocupados com aumento de desemprego e criminalidade
Os bispos católicos angolanos manifestaram a sua preocupação com o "crescimento galopante do desemprego e da criminalidade no seio da juventude", que se sente "desesperada e sem soluções à vista", defendendo "medidas claras e urgentes" de fomento do emprego.

Em comunicado de imprensa no final da primeira assembleia plenária ordinária de 2019 da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), que decorreu em Luanda, de 13 deste mês até hoje, os bispos angolanos consideram que a luta pela moralização da sociedade “deve ser seguida por medidas claras e urgentes de fomento de emprego e de luta contra a pobreza”.

“É contraproducente a perseguição ao mercado informal sem oferecer medidas alternativas de sobrevivência””, observam.

Segundo o documento, apresentando em conferência de imprensa pelo bispo de Cabinda, Belmiro Tchissengueiti, o financiamento do Estado por meio de impostos, “cada vez mais galopantes e agressivos”, está a “sufocar e a matar” as pequenas e médias empresas e a “prejudicar, demasiadamente, as franjas mais desfavorecidas da sociedade”.

Os bispos católicos angolanos entendem também que a eliminação das isenções sobre bens para fins sociais “está a prejudicar os mais carenciados”, apelando, deste modo, à “revisão urgente da actual Pauta Aduaneira”.

Neste olhar ao contexto socioeconómico de Angola, os bispos concluíram que, apesar de todos os investimentos realizados pelo Executivo no sector da Educação, “ainda há um grande número de crianças fora do sistema de ensino”. 

Constatam igualmente o “crescimento generalizado” de casos de HIV/Sida no país e apelam para que todos se empenhem nas campanhas de prevenção e sensibilização para os valores, a fim de se reduzirem os riscos de mais contágios.

No comunicado, os bispos saudaram os esforços empreendidos pelo Executivo na reconstrução da rede viária, mas afirmam verificar, “com apreensão”, a “repetição dos mesmos erros de um passado recente com estradas sem muita qualidade”.

Manifestaram ainda “preocupação” sobre a proliferação de seitas religiosas, “eivadas de doutrinas contrárias à cultura e fé cristã”, e apelaram à salvaguarda das liberdades de expressão e de manifestação para se evitarem “os excessos ilegais geradores de mal-estar”.

No domínio do meio ambiente, constaram a “contínua e crescente” desflorestação do país, “sem um plano visível de reposição”, o que contribui para a desertificação e degradação do ambiente.

Fonte: Jornal Vanguarda

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