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Afastada da UNITA e das lides políticas, Bela Malaquias explicou que o livro é "narrativa de episódios vivenciados" durante o tempos que esteve nas matas e disse não ter que provar nada: "Quem não esteve lá comigo pode dizer o que lhe apetecer".
Durante a conversa com ouvintes e internautas, a convidada disse várias vezes que esta não é uma obra histórica, mas um livro de memórias cuja elaboração foi decidida no dia da "queima das bruxas".
Malaquias disse que o impacto da UNITA na sua família foi bastante pernicioso e descreveu Jonas Savimbi como "tirano" e "psicopata". E quando questionada se o seu marido, Eugénio Manuvacola, não a protegia dos avanços de Savimbi, Malaquias respondeu sem hesitações: "Na Jamba ninguém defendia ninguém".
"Eu decidi escrever um livro no momento em que assisti à queima das bruxas", disse Malaquias, que descreveu esse evento de 7 de Setembro na Jamba com detalhes e nomes: "A Jamba era o quartel-general.
"Quando Savimbi chega à parada começa a chamar as pessoas para o centro da parada (...) as pessoas que iam ser queimadas recolheram a lenha (...) atearam o fogo", em que elas iam ser queimadas.
Entre as vítimas, Malaquias cita "Judite Bonga, Vitória Chipati e o seu bebé, Clara Miguel (conseguiu desfazer-se do seu bebé), Maria Piedade, João Caetangui, esposa e a filha" e diz que a queima das bruxas foi "um acto de intimidação, um ajuste de contas, porque "Savimbi tinha actividade sexualmente promíscua, esta foi uma lição às mulheres que não se vergaram".
Fonte: Angola 24 Horas