Bailundo já tem novo Rei - Missão é “desfazer todas as memórias deixadas pelo antigo rei”
O ritual tradicional de destituição de Armindo Francisco Kalupeteka, Ekuikui V, da liderança do Reino do Bailundo, começou, ontem, naquele município da província do Huambo, com a realização de uma cerimónia para “desfazer todas as memórias deixadas pelo antigo rei”, tendo sido indigitado, pelos membros da corte, Isaak Francisco Tchongolola I, como rei interino.

Na cerimónia, ocorrida no jango da Ombala Mbalundu e orientada pelo soba Tchitonga Francisco Tchitue, foi sacrificada uma galinha, apagou-se a fogueira de Ekuikui V, acesa no dia da sua entronização, sendo as cinzas varridas e carregadas pelo soba Tchilala e pelas esposas dos sobas e deitadas numa lixeira apropriada.

O soba Tchitonga Francisco Tchitue, que no ritual suplicou para que no Reino do Bailundo não aconteça o empossamento de rei de conduta inaceitável, disse que "muitos factos errados” aconteceram no jango, mas "éramos submissos ao Ekuikui V. Nos fez sofrer bastante e nunca partilhou nenhum bem connosco”, exteriorizou.

A entronização do novo rei vai acontecer, na Ombala Mbalundu, no mês de Julho, para se encerrar, em definitivo, a situação de liderança num dos reinos mais antigos do país. O rei interino é o primeiro neto directo do falecido rei Augusto Katchitiopololo, Ekuikui IV. Nasceu há 37 anos, no município do Bailundo, tem formação média e é poliglota.

A conquista do trono do Bailundo é disputada por três candidatos, onde se destacam o rei em exercício Isaak Francisco, João Kawengo, considerado o "causador da destituição” de Ekuikui V, e o soba da Bonga, conhecido por Senhor Calado.

REAÇÕES

0
   
1
   
0
   
0
   
1
   
0
   
0
   
0