Angolanos comem carne de gato a pensar que é frango por falta de laboratório
“Hoje não somos capazes de distinguir a carne de gato da carne de frango porque ninguém faz este controlo” , diz especialista.

 Vandre Paquete, consultor em Logística, alerta que a rescisão do contrato com a Bromangol deixou o país ‘despido’ em termos de controlo da qualidade dos alimentos. 

"Temos um défice porque o Estado rescindiu o contrato com a empresa[a Bromangol] que fazia o trabalho. Ainda que aquela empresa não desse, porque havia reclamação pelos preços que praticava, que se criasse uma outra para fazer exactamente o mesmo trabalho, porque, neste momento, não existe nenhuma empresa a fazer o tipo de análises que a empresa fazia, para garantir qualidade dos produtos que recebemos em termos de importação. E depois, antes, havia a pré-inspeção, que permitia ter um mínimo de segurança em termos de qualidade daquilo que vinha para o país. Este filtro foi tirado, hoje não somos capazes de distinguir a carne de gato da carne de frango porque ninguém faz este controlo. É apenas uma declaração pelo importador que, na verdade, é o exportador lá. É uma situação que deveria exigir uma sensibilidade tal, é um buraco muito grande deixado, não deveria continuar assim. A organização criada, a Aniesa, e as suas similares, só servem para combater os efeitos, mas a origem das coisas? Você não precisa ir ver a data de validade dos produtos, tem que ver primeiro a qualidade dos produtos senão é combater o fogo já no seu final, quando poderia ter uma atitude mais preventiva", diz.

Em entrevista ao jornal Valor Económico, questionado sobre o papel da Aniesa respondeu:

Quem deve fazer a fiscalização é o próprio consumidor. O Estado deve preocupar-se com a qualidade do que entra. Quem produz, de onde é que está a vir, quem faz e como faz, deveria ser o papel regulador do Estado. Não combater, criando fiscais para ir ver como está a ser comercializado e a que preços. Esse é um combate que não tem fim e que está a sujeito a abrir buracos para mais elementos que facilitam a corrupção porque os agentes, a determinado momento, serão colocados contra a parede pelos importadores menos honestos.

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