Angola sem medicamentos para tratamento da tuberculose
Coloca em risco os milhares de doentes que precisam de tratamento.

"São fármacos da primeira fase do tratamento da tuberculose. Os hospitais com verbas descentralizadas ainda conseguem comprar algum medicamento, mas, de uma forma geral, as unidades de tratamento têm essa dificuldade", queixa-se o «número 1» da organização sindical dos médicos no País.

Adriano Manuel alerta que, devido à falta de medicamentos, os doentes com tuberculose sensível correm o risco de se tornar multidroga-resistentes, o que poderá ter uma implicância grave do ponto de vista da Saúde Pública no País. "Esses doentes depois serão potenciais candidatos a contaminar outras pessoas, que também serão multidroga-resistentes", afirma, ao alertar não só sobre os efeitos colaterais do tratamento em si como também sobre as complicações da doença.

O médico chama atenção que, face à situação socioeconómica que o País atravessa, caracterizada pelos altos índices de pobreza e pelos problemas de saúde pública, a má nutrição pode levar consigo também a tuberculose, por causa da diminuição da imunidade.

"Temos muitos doentes mal nutridos. O desemprego tem influenciado negativamente para que as pessoas fiquem muito tempo sem comer e, consequentemente, sem poder comprar os medicamentos", afirma o especialista, que avisa: "Nos próximos tempos, vamos ter muitos doentes com tuberculose multidroga-resistentes".

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