Angola necessita de dez mil profissionais de Saúde Mental
Angola precisa de pelo menos dez mil psicólogos, com realce para os formados na especialidade clínica, para serem inseridos, maioritariamente, nas unidades públicas de saúde, revelou Nvunda Tonet, profissional da referida área.

Com esse número de especialistas, o psicólogo clínico acredita que o país estaria em condições de atender condignamente os seus mais de 30 milhões de habitantes.

O psicólogo clínico Nvunda Tonet, que falava em torno do Dia Mundial de Prevenção Contra o Suicídio, assinalado ontem, realçou que o país não dispõe sequer da metade dos dez mil especialistas da área que são necessários.

Para agravar a situação, Nvunda Tonet lamentou o facto de a maioria dos poucos psicólogos inseridos na rede pública estar concentrada na província de Luanda.

Em função dessa realidade, o psicólogo avançou que  a capital do país costuma a receber pacientes que saem de outras regiões em busca de tratamento.

Uma boa nova, realçou, está no facto de ter sido aberto, recentemente, um serviço de psiquiatria, na cidade do Lubango, província da Huíla, e prevê-se a instalação de cada uma unidade no Huambo e numa província do Norte do país.

Mas, tendo em conta a experiência do país, o especialista defendeu que o ideal era ter os serviços de Saúde Mental inseridos no Programa de Municipalização dos Serviços de Saúde, implementado pelo Ministério de tutela.

"As pessoas precisam de encontrar os serviços de Saúde Mental como psicologia, psiquiatria, neurologia e outros dentro das comunidades, porque, desta forma, estaríamos a prevenir doenças mentais, evitar o suicídio e mais alguns males” frisou o especialista.

Sobre a falta de profissionais de Saúde Mental mais próximos das comunidades, Nvunda Tonet considerou a situação de bastante preocupante, principalmente, porque muitos doentes são obrigados a esperar de três a seis meses para serem atendidos.

"A lista de espera é longa, e quando chega a vez do cidadão ser atendido, provavelmente já tenha cometido um suicídio ou a doença evoluído em estados quase que incontroláveis. Por isso, temos muitos suicídios”, lamentou o psicólogo clínico.

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