Angola não vende diamante há seis meses
As empresas diamantíferas estão há muito sem vender a pedra preciosa.

As empresas mineiras nacionais ficaram cerca de seis meses, entre Abril e Setembro, sem quaisquer operações de compra e venda de diamantes da Bélgica e da Índia, onde 90% da produção angolana é lapidada, revelou o presidente do conselho de administração da Endiama, Ganga Júnior, durante um ‘webinar’ sobre o sector diamantífero.

Durante este período, cita o Jornal Valor Económico, as empresas foram obrigadas a ficar com elevadas quantidades de ‘stocks’ de diamantes. De Janeiro a Setembro, foram produzidos 5,9 milhões de quilates, dos quais três milhões de quilates não foram negociados. Nas últimas três semanas de Setembro, foram comercializados pouco mais de 1,4 milhões de quilates.

Ganga Júnior admitiu que, durante o tempo que ficaram sem vender, chegou a ser colocado o dilema” de continuarem as operações ou não, tendo a Endiama optado por manter as empresas em produção apesar de ter, por exemplo, parte dos trabalhadores expatriados no estrangeiro. 

Para manter o fluxo de caixa, as empresas “socorreram-se” do mercado financeiro e de “alguns” empréstimos e negociações com compradores de diamantes que pro-cederam a adiantamentos e financiamentos.

PREÇO EM OSCILAÇÕES 

O preço médio por quilate em Janeiro deste ano era de 100 dólares, mas, em Março, caiu para 98,49. As vendas paralisaram em Abril, mas unidades como Catoca ainda arriscaram e venderam o quilate por 73,49 dólares em Maio.

Em Setembro e Outubro, quando foram retomadas as vendas, os preços estiveram nos 93 e 92 dólares respectivamente.

REGRESSO DO ‘GIGANTE’ DE BEERS

 A Endiama está a negociar com as diamantíferas mundiais De Beers e Rio Tinto, com conversações, de acordo com Ganga Júnior, em “fase avançada”. “Com a De Beers, os contactos estão em curso e de forma permanente”, assegura o PCA da Endiama.

Já com a diamantífera Rio Tinto, as negociações “estão na fase final”, para que esta empresa possa trabalhar num kimberlito próximo de Saurimo. A Endiama também tem mantido contactos com a diamantífera sul-africana Petra.

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