O Presidente da República autorizou a despesa de 550 mil euros (412,5 milhões Kz) para o contrato de gestão técnica e de prestação de serviços para a definição e implementação do plano de Operação do Pavilhão da República de Angola na Expo Dubai 2020.
Para a maior exposição mundial, no Dubai, que vai decorrer de 1 de Outubro de 2021 a 31 de Março de 2022, o governo já gastou 4,4 mil milhões Kz, dos 6,3 mil milhões Kz disponibilizados.
De acordo com o despacho presidencial n.º 117/21, de 3 de Agosto, João Lourenço, justifica a medida com a necessidade de continuidade dos trabalhos concernentes à participação de Angola na exposição mundial, bem como à produção e desmontagem, com vista ao cumprimento dos novos requisitos de segurança, saúde e higiene do trabalho.
A comissária-geral de Angola para o certame, Albina Assis, que falava em conferência de imprensa, esta sexta-feira, explicou que o País já gastou o equivalente em Kz a 7 milhões USD. Deste montante 2,9 mil milhões Kz foram gastos para a construção, de "raiz", do pavilhão nacional, numa área de 2.500 metros quadrados. O apetrechamento e a infografia custaram 1,9 mil milhões Kz. Os restantes 1,9 mil milhões Kz serão gastos no decorrer dos seis meses do evento.
"Esse pavilhão realmente orçou à volta de 4,5 milhões de dólares, todos os restantes gastos são para o apetrechar", explicou a comissária-geral.
A responsável da delegação nacional clarificou que o pavilhão conta com diversas secções, como o salão para conferências e moda, espaços da Agência de Investimento e Promoção de Exportações (AIPEX) e para exposição temáticas, assim como os gabinetes de apoio.
O pavilhão de Angola tem como tema "Conectar com a Tradição para Inovar", dentro do subtema "Oportunidades" e tem o traço da Arquitecta, Paula Nascimento, distinguida em 2015, pelo pavilhão com que Angola se apresentou na Expo Milão.
O pavilhão de Angola no Dubai é uma estrutura construída em betão, numa área de 2.300 m2, num lote de 3.600 me em formato relacionado com o povo Lunda Tchokwe.
Angola está a investir na edição da Exposição Mundial metade do orçamento que costuma desembolsar.
Segundo Albina Assis, foi feito um esforço para se economizar, contudo, sem ferir o que já se habituou o público.
"Nós somos daquele género que tapa um bocado a cabeça, tapa os pés, mas vamos esticando o cobertor a ver se dá para tapar tudo, é esta nossa cultura financeira, não é uma cultura de gastos, de excessos nem de exageros, é mesmo essa cultura do aperta um bocado, para fazer o melhor que se pode fazer, para mostrar ao mundo que Angola também é um país que tem capacidades instaladas", referiu a comissária.
"Há uma grande expectativa na atracção de investimento para Angola. O nosso slogan é "Da Tradição à Inovação". Angola vai evidenciar a abrangência nacional em cinco importantes áreas, nomeadamente educação, emprego, novas indústrias, capital financeiro e governança", salientou a comissária Albina Assis.
A comissária-geral afirmou que durante a expo serão realizadas reuniões com investidores, além da participação do País em fóruns de investimento, "com vista a chamar investidores", ressaltando que durante o seu mandato já teve encontros para falar sobre a potencialidade agrícola de Angola, dado que "a expo é também um agente de diplomacia económica", lembrou.
"Nós não vamos ultrapassar no total os 12 ou 13 milhões de dólares porque não é possível, primeiro, porque não temos, já gastamos um tanto no pavilhão, vamos gastar outros três milhões na expografia e no apetrechamento e o resto, como eu digo, vamos apertar o cinto para gastar o mínimo", frisou.
A delegação nacional comportará 63 elementos, desde pessoal executivo, feirantes, músicos, estilistas e pessoal de apoio, sendo que este número poderá crescer, em função do eventual reajustamento operacional.
A Expo Dubai 2020, que decorrerá sob o lema "Conectando Mentes, Criando Futuro", reservou o dia 11 de Novembro como o " Dia de Angola" no certame. A Expo 2020 no Dubai não aconteceu no ano passado devido à pandemia da Covid-19. Desta forma continua a denominar-se como Expo Dubai 2020.
O Dubai será a primeira cidade do Médio Oriente a albergar uma exposição mundial que terá como tema central "Conectando Mentes, Criando o Futuro".
Angola participou já nas Exposições Mundiais de Sevilha (1992), Lisboa (1998), Achi/Japão (2005), Saragoça (2008), Xangai (2010), Yeosu (2012), Milão (2015) e Astana (2017).
Angola premiada na Expo
Recorde-se que em 2015, na Expo Milão, Angola conseguiu destacar-se, tendo sido distinguida com um conjunto de prémios, entre estes, o Prémio de Melhor Pavilhão da Exposição Mundial Milão 2015, atribuído pela Class Expo Pavilion Heritage Awards, competição que distingue o pavilhão que melhor soube comunicar e interpretar o TEMA da EXPO "Alimentando o Planeta, Energia para a Vida" e que maior legado deixa para o futuro da humanidade.
O Pavilhão de Angola recebeu ainda o Prémio Especial (WAA) pela Associação Mundial de Agronomia, atribuído em conjunto com a Ordem Italiana dos Engenheiros Agrónomos e Florestais, na competição Class Expo Pavilion Heritage Awards. Nesta competição, superou os favoritos, conseguindo o 1.º lugar, à frente do Pavilhão Zero, em representação da ONU e FAO, e do Pavilhão de Israel.
O País arrecadou também a Medalha de Prata do Bureau International d"Expositions, considerado um dos mais importantes da exposição, conquistando o segundo lugar na categoria para Melhor Desenvolvimento do Tema da Exposição, centrada nas práticas de alimentação e de nutrição.
A Medalha de Ouro Institucional atribuída ao Steering Committee da Expo pelo BIE - Bureau International d"Expositions foi entregue à presidente do comité diretor dos comissários-gerais e também comissária-geral de Angola, Albina Assis.
Por fim, o prémio especial WE - Women for Expo com a colaboração da ARC VISION - Women and Architecture, uma iniciativa especial da EXPO e do Italcementi Group que reconhece o contributo das mulheres arquitectas foi atribuído à arquitecta Paula Nascimento, membro da equipa responsável pelo projeto do Pavilhão de Angola.
A propósito deste rol de distinções, Albina Assis lembrou que Angola saiu de Milão com medalha de prata, a seguir à Alemanha que levou a medalha de ouro.
"Nós saímos de Milão com a cabeça levantada, saímos de Milão (Itália) ultrapassando países europeus, fomos o segundo país em termos de classificação em Milão, a medalha de ouro foi para a Alemanha e a medalha de prata foi para Angola, nós tivemos 2.500.000 visitantes no nosso pavilhão, portanto, já temos uma cultura de mostrar uma África diferente, não somos superiores aos outros, mas procuramos mostrar diferente, mostrar que África tem capacidade para fazer alguma coisa, isto realmente tem custos", disse.