Aline Frazão se arrepende, pede desculpas a família e fãs de Nagrelha
Aline Frazão pede desculpa por tweet polémico após morte de Nagrelha.

A cantora Aline Frazão, depois de uma vigorosa polémica, veio a público, no Twitter, pedir desculpa pelas declarações que fez, igualmente nesta rede social, entre outras, um reparo crítico à "comoção nacional" com a morte do kudurista.

Nesse tweet, Frazão acrescenta que com a morte do Nagrelha ficou a "pensar em como Angola se assemelha a um enorme orfanato", porque, no seu entender os angolanos são "órfãos de referências, órfãos de liderança, órfãos de sentido. É muito triste isso".

As reacções a esta posição da cantora, no sábado, foram imediatas e avassaladoras, até porque nesse mesmo dia, Aline Frazão tweetou igualmente isto: "Nada a ver com o lugar do kuduro na cultura popular, que é mto relevante e subestimado. Falo de algo +profundo, que tem a ver com o vídeo que vi de uma mama a chorar a perda do Zé Du e agora o Nagrelha. Às vezes parece q só precisamos mesmo de um pretexto pra chorar as desgraças".

Já hoje, segunda-feira, 21, a cantora angolana, publicou um pedido de desculpas pelas posições que tomou após a morte de Nagrelha: "Quero pedir desculpas a todas as pessoas que se possam ter sentido ofendidas com o meu tweet, em especial à família do Nagrelha, aos seus fãs e à sua comunidade".

Quem foi Nagrelha?!

Num texto cuja integra pode ser encontrado na sua página do Facebook, a jornalista Maria Luísa Rogério explica a quem não tem noção da importância de Nagrelha enquanto uma das caras mais conhecidas do kuduro:

"Nagrelha é a voz que emergiu dos ghetos, rompendo a `fronteira do asfalto", como tão bem descreveu Luandino Vieira. Obviamente, isso incomoda! Um `mussequeiro" sem maneiras a invadir-nos a casa adentro com o seu `pretuguês"? Onde é que já se viu `liambeiros delinquentes" do musseque armados em gente só porque já aparecem na televisão? Pois, é esse mesmo! Nagrelha é a voz do povo.".

E acrescenta: "Se quiserem entender o que isso significa, nem que seja para criticarem com mais fundamentos, visitem o Sambizanga, o Rangel, o Cazenga e todas periferias. Depois, podem estender o caso de estudo ao asfalto. Talvez descubram a dimensão do `Comboio". Ninguém é obrigado a gostar de Kuduro. Ou do Nagrelha. Mantenham-se à vontade na redoma do etnocentrismo cultural euro-ocidental. Isso não me incomoda, cada um com a sua identidade. Exercitar a liberdade de expressão é um direito. Respeitar a dor alheia é sinal de civilidade. Isso também é democracia!".

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