Dormir na cama de Cristiano Ronaldo custa 30 euros
O craque do Real Madrid viveu, em 2001 e 2002, num quarto em Lisboa com WC partilhado. À primeira vista, parece impossível que CR7 ali tenha vivido. Mas a verdade é que aconteceu mesmo, entre os verões de 2001 e 2002.

O prédio é antigo e modesto, as escadas são íngremes e difíceis de escalar, não há sequer elevador. Chega-se ao destino, no terceiro piso. Após tocar a campainha, a porta abre e eis a Residencial Dom José, localizada na Avenida Duque de Loulé, paredes meias com o Marquês de Pombal, em Lisboa. Muito diferente da unidade hoteleira de luxo onde dorme a partir de segunda-feira, integrado na comitiva do Real. O regresso a casa ocorre no dia seguinte, frente aos leões, em Alvalade.

O craque, que atualmente vive num bairro fino de Madrid, numa casa avaliada em cinco milhões de euros, esteve hospedado no quarto número 34, com casa de banho partilhada. A prova de que não há luxos, apenas o essencial, é que o quarto onde dormiu Ronaldo custa apenas 30 euros para quem quiser dormir uma noite. Simplicidade a toda a prova.

Nada que, na altura, assustasse Ronaldo. Habituado a viver com muito pouco, bastou a companhia de 17 colegas - que ali estavam por o novo Estádio José de Alvalade estar em construção - e alguns halteres de exercícios para estar feliz.

"Era um rapaz perfeitamente normal, Não se destacava por ser extrovertido ou introvertido. Se calhar, dentro do grupo, era o que mais participava nas brincadeiras. Bem... talvez a vontade de trabalhar fosse superior", afirma José Pereira, proprietário do espaço ao JN. Enquanto os outros jogavam no computador, ia treinar para o Parque Eduardo VII. "Pegava na bola e jogava".

Apesar de já ser melhor no campo do que os colegas não tinha tratamento VIP. "Os outros não o bajulavam, nunca o trataram como se fosse o maior, e ele não fazia valer-se da situação. Mesmo que, no plano económico, também já estivesse em outro patamar".

Quando a família chegava da Madeira, era uma alegria. "Ainda vi a sua mãe duas ou três vezes. Não ficava aqui, mas num outro hotel que tenho na Avenida 5 de Outubro. Frequentemente, estava lá com eles".

O estatuto da residencial não mudou com a passagem de Cristiano. "Nunca houve ninguém que dissesse que pretendia ficar no quarto 34. Até porque esse quarto não tem casa de banho privada. Ainda assim, já começa a haver pessoas que o sabem, sobretudo, através de taxistas".

Desse período, só tem um lamento: "Não tenho fotos. Nada tenho de recordação". Resta-lhe o orgulho. "Um pouco, sim. Sou muito sportinguista. Estar com eles foi um grande prazer e um período muito engraçado. Eles gostaram de cá estar e para nós também foi bom, incluindo a parte económica".

JN

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