De acordo com os extratos bancários consultados pela agência Lusa, datados 28 de à Dezembro de 2012, 28 de Janeiro de 2013 e 25 de Novembro de 2013, Manuel Vicente que terá "adquirido"30% dos blocos 9/09 e 21/09 do offshore angolano.
Eis o historial:
Em 2009, a concessionária nacional angolana (Sonangol E.P.) presidida por Manuel Vicente "faz uma liberalidade" a uma empresa participada pelo próprio Manuel Vicente: a Nazaki Oil & Gaz, S.A..
Passados quatro anos, em 2013, Manuel Vicente e sócios na Nazaki vendem à Sonangol por 1,5 mil milhões de dólares acrescidos de despesas os mesmos blocos que tinham sido oferecidos pela estatal angolana.
No dia 01 de Janeiro de 2013, a Sonangol, na altura presidida por Francisco Lemos José Maria, actual presidente da Bolsa de Divida e Valores de Angola e a Nazaki celebram um contrato de compra e venda no qual as partes acordam a transmissão de 15% dos interesses participativos nos blocos pelo preço de 1.500.000.000 (USD).
Na alínea b) e c) do Artigo 3º do contrato, é referido que o montante de 1.000.000.000 (mil milhões de dólares americanos) já teria sido pago e os remanescentes 500.000.000 (quinhentos milhões de dólares americanos)seriam pagos no futuro, "em momento a acordar pelas partes".
Foram realizadas várias transferências para a conta bancária da Nazaki, através de uma conta domiciliada no Banco Angolano de Investimentos.
A operação é referida nos decretos-lei nº 14/09 e 15/09 ambos de 11 de Junho de 2009 em que o Executivo angolano concede à Sonangol os direitos mineiros exclusivos para o exercício da actividade de pesquisa,prospecção, desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos líquidos e gasosos nas respectivas áreas de concessão dos blocos 9/09 e 21/09 tendo para efeitos da operação sido criados dois consórcios.
Um dos consórcios é estabelecido com a Cobalt International Energy LP - sociedade norte-americana maioritariamente participada pelo grupo financeiro Goldman Sachs.