Ao intervir na palestra que teve lugar ontem, na Mediateca de Luanda, subordinada ao tema: "Exercício do Jornalismo, Ética e Incompatibilidade", Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas, admitiu a ética não é cultura na classe jornalística angolana por não ser “prioridade.”
“A ética nas redacções não existe, não há uma única redacção, que eu saiba, tenha alguma vez parado para discutir a questão da ética ou deontologia profissional. A classe entende que a ética não é prioritária, ainda que não expresse verbalmente, não faça publicamente, o comportamento da classe nos leva exactamente a está dedução”, afirmou.
A incompatibilidade é uma das questões muito levantadas pela classe jornalística, poderá reduzir de tom, de acordo Teixeira Cândido, com a entrada da carteira profissional, pois vai organizar a classe. Mas o actual contexto obriga os profissionais “a discutir como ganhamos, o que ganhamos, como vivemos”, observou, reconhecendo a “inversão de valores.”
Combinando na linha de pensamentos, Frei José Paulo, defende o princípio do bom jornalismo, baseado na disciplina e separação do poder político, o que não é realidade em Angola.
“Hoje o país já não se encontra em guerra, seria tempo de desmamar o jornalismo angolano do poder político, porque 16 anos depois, esse leite de cabritismo pode fazer mal ao jornalismo”, advertiu.
O painel de prelectores do evento da iniciativa do programa Mais Comunicação, que teve a presença em massa de estudantes e jornalistas, também foi constituido pelo professor e Constitucionalista Admiro Francisco.
Esta foi a segunda palestra promovida pelo Mais Comunicação em parceria com a Rede de Mediatecas, no espaço de um mês. Segundo Wylsony dos Santos, estão agendadas outras para os próximos tempos.
Redacção da Angola-Online