Militares ameaçam e agridem jornalistas no Zango
Durante a cobertura jornalística na sequência das demolições do Zango, a equipa do Novo Jornal sofreu ameaças e agressões por parte dos militares.
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A notícia foi avançada pelo próprio órgão de comunicação, que em artigo publicado na sua última edição, também disponível na sua versão online, conta como a equipa caiu numa “emboscada”.

Acompanhados pelo presidente da comissão de moradores do Zango, Oliveira Cassegunda, a equipa do jornal, depois de passar sem sobressalto uma barreira policial, foi mandada parar, já na zona das demolições, por militares que ordenaram que todos saíssem da viatura onde seguiam.

Depois de uma revista ao carro, onde encontraram e confiscaram material de trabalho jornalístico, os militares deram inicio a seis horas de “várias ameaças”.

Vamos levar estes gajos à base e lá serão punidos. Vão ser levados a julgamento tal como tem acontecido com os outros”, conta o Novo Jornal sobre a retórica dos militares.

A equipa foi obrigada a subir para uma viatura militar e a deitar-se por debaixo dos bancos do patrulheiro.

Durante as voltas pelo bairro, vimos e ouvimos casas a serem demolidas, militares a destratar e saquear dinheiro e bens de populares, principalmente aos motoqueiros”, pode ler-se no relato da equipa.

Depois de ainda tentarem usurpar dinheiro à equipa de jornalistas em troca da sua libertação, “o comandante das operações despejou a sua fúria na equipa do Novo Jornal, batendo violentamente, por duas vezes seguidas, nos ombros do jornalista, com uma maceta de madeira. A terceira pancada tinha como destino o repórter de imagem, mas escorregou e partiu-se ao bater na carroçaria da viatura militar”, explicam.

A ordem de soltura foi dada pelo comandante da unidade, um tenente-coronel que após se inteirar do caso libertou os jornalistas, mas sob ameaça de os mesmos nada escreverem sobre o caso.

Os militares não entregaram o gravador e o dinheiro da equipa.

Torna-se cada vez mais comuns as denúncias de abuso de poder pelas forças consideradas de segurança, onde já são significativos os alegados casos de assassinatos, violações, agressões, ameaças e perseguições a jornalistas. 

Dentro do mesmo contexto, o das demolições, a equipa do jornal Nova Gazeta já havia sido também ameaçada.

Novo Jornal

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