Corrida à presidência dos Estados Unidos marcada por ataques pessoais
O segundo debate presidencial nos Estados Unidos, que decorreu numa sala da Universidade de Washington, foi marcado por trocas de acusações e ataques pessoais entre os candidatos.

Segundo o Rede Angola, aproveitando o caso da troca de e-mails confidenciais, o candidato republicano prometeu investigar Hillary caso seja eleita, enquanto a democrata acusou-o de desrespeitar as mulheres.

Na memória de todos esteve o vídeo divulgado dois dias antes do debate, em que Trump gaba-se dos seus avanços sexuais sobre mulheres.

O vídeo capta uma conversa entre Donald Trump e o apresentador de rádio e televisão Billy Bush, em que Trump gaba-se de conquistar e fazer sexo com mulheres. A conversa dos dois foi gravada dentro e fora de um autocarro que os levou para o local da filmagem de um episódio do “Days of Our Lives” (Dias de Nossas Vidas), uma das novelas mais antigas da televisão norte-americana.

Aproveitando-se do vídeo, Hillary Cliton caiu por cima de Trump, dizendo, “nunca houve ninguém na história da política que tenha sido tão abusivo para as mulheres”, disse a democrata.

Em resposta, o candidato manteve a tónica no campo dos escândalos sexuais e apontou baterias para o passado do marido da candidata, Bill Clinton. Confrontado pelos moderadores sobre o vídeo, o multimilionário de 70 anos disse tratar-se de “conversa de bastidores”.

A semelhança do primeiro debate, os ataques mútuos sobrepuseram-se à troca de ideias políticas. Clinton apelidou Trump de “demónio” e ‘’mentiroso compulsivo’’, recuperando o argumento de que ele não tem perfil presidencial. Ao seu jeito, o republicano foi interrompendo sucessivamente a adversária, dizendo-lhe que deveria estar presa.

Diferente dos anteriores encontros, o clima entre os dois candidatos ficou mais tenso, chegando ao ponto de recusarem cumprimentarem-se no início do debate, representado assim algo inédito.

No final do debate, uma sondagem da CNN e da empresa ORC mostrou que 57 por cento dos espectadores inquiridos preferiu Clinton, contra 34 por cento de Trump. Analistas citados pela Reuters mostraram-se preocupados pela falta de contrição do empresário em relação aos seus escândalos sexuais e pelas consequências negativas dessa postura junto do eleitorado indeciso.

A menos de um mês das eleições, a campanha de Donald Trump entra na sua maior crise desde o início da corrida eleitoral. Dezenas de líderes do partido Republicano têm retirado o apoio a sua candidatura e fazem pressão para que renuncie e dê lugar ao candidato à vice-presidente da ala republicana, Mike Pence. 

Trump já fez saber que não vai renunciar.

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