Os empresários deixam de confiar em Angola
Um estudo realizado Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra que a confiança dos empresários em Angola caiu em abril e junho para o nível mais baixo desde 2008

Segundo a agência Lusa, os peritos da unidade de análise da revista britânica 'The Economist', comentaram que Angola pode fazer muito pouco por si para subir o preço do petróleo, mas podia estar a fazer mais para lidar com outros constrangimentos ao ambiente empresarial.

A mesma teve acesso a uma nota enviada aos investidores, onde os analistas admitem que "alguns esforços para reduzir a burocracia e os custos (de contexto) estão em curso", exemplificando com a nova lei do investimento privado e a criação da Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola, mas sublinham que as dificuldades no desenvolvimento empresarial permanecem.

Conforme os dados do INE mencionados pela EIU, o estudo apresentado, contou com a participação de 630 empresas, que mostraram que o indicador sobre a confiança dos empresários, que está negativo desde 2015, registou um nível histórico de 34 pontos negativos, depois de ter estado nos 19 pontos no fim de 2014 e 31 no final de 2009.

Das várias áreas analisadas, a confiança era mais baixa no sector da construção (-66 pontos), seguido do turismo, com -52 e do comércio (-41), sendo que nenhum sector tinha uma perspetiva de evolução positiva".

"A corrupção endêmica tem um efeito dissuasor, e os gastos em Educação continuam baixos, o que significa que as empresas têm dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados" e, por causa disso, "o país está no 181.º lugar numa lista de 189 economias analisadas no relatório deste ano do Banco Mundial "Doing Business".

Entre as principais razões apontadas, segundo a EIU, estão as interrupções no fornecimento de energia, as dificuldades no acesso ao financiamento bancário, os altos níveis de burocracia, a falta de mão de obra qualificada e de matérias-primas e a queda na procura.

Desde final de 2014 que Angola enfrenta uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas. 

Em menos de dois anos, o país viu o barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre deste ano, de 36 dólares por barril, o que afectou de forma profunda a económia do país, de acordo com dados do Ministério das finanças.

Rede Angola

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