Em 1937 Garkfinkel, aluno de Parsons, retoma estas questões em “a estrutura da acção social”. Ele postula que os indivíduos seguem modelos normativos para orientar a sua acção e avaliação recíprocas. Após incorporadas, através da socialização, estas normas são aplicadas na vida quotidiana sem necessidade de reflectir sobre as mesmas.
Portanto, os indivíduos não estão presos à uma estrutura que determina as suas alternativas, eles são dotados de competências para interpretar a situação em que se encontram e agir de acordo com ela. Esta proposta, conhecida como etnometodologia foi bastante criticada por centrar, excessivamente, o seu foco no ponto de vista dos actores e reivindicar a análise da sociedade à maneira como ela se concretiza na realidade, sem pré-conceber o que ai está em jogo (Molénat, 2011:93-95).
Os processos para a passagem do micro para o macro nível de análise são chamados de processos de agregação. Estes processos pressupõem uma certa comulatividade, na medida em que, ao passar do nível micro para o macro devem ser sucessivamente mobilizadas as diferentes dimensões da análise, para que se possa, minimamente, garantir alguma coerência entre os fenómenos, tal como observados individualmente, e os resultados da sua análise agregada. Trata-se, pois, da criação de mecanismos teóricos que possibilitem conversão de variáveis de nível micro em variáveis que expressem características de sistemas sociais (Gernstein, 1987).
Podemos dizer que, se por um lado, o “novo movimento de síntese teórica” parece ter, minimamente, resolvido a questão sobre que instância (micro/macro) melhor capta os fenómenos sociais, por outro lado persiste a falta de consenso sobre a melhor forma de se articular estas duas instâncias já reconhecidas como válidas. Neste “novo movimento teórico” de que fala Alexander (1987) na sua obra The micro/macro link, milita uma nova geração pós-marxista que, influenciada pela microteoria da escola norte americana, vem reposicionando o papel da cultura na constituição do mundo dando lugar a ideia de estruturas simbólicas, que se desenvolveu nos anos 1960 na escola de Birmingham (Continua).
Referências
Alexander, J. C., Giesen, B., Munch, R., Smelser, n. J. (1987) The Micro/macro Link, California, University of California Press.
Gerstein, D. R.(1987) to unpack micro and macro: link small with large and part And whole. In: Alexander, J. C., Giesen, B., Munch, R., Smelser, n. J. (editors) the micro/macro link. Berkeley/los angeles, california: universily of California press.
Molénat, Xavier at all (2011), (coord), Sociologia: história, ideias, correntes, Lisboa, Edições Texto & Grafia.
Parons, T.(2010). A Estrutura da Ação Social, Petropoliz, Vozes, 5ª Ed.
Opinião de MBangula Katúmua