REFLECTINDO SOBRE: MITOMANIA  - Porquê que as pessoas mentem?
Mitomania é um termo pouco conhecido e concomitantemente pouco usado no seio da nossa sociedade em geral, que em termos técnicos nos remete a uma patologia ou transtorno do âmbito psicológico podendo ser muito grave (compulsivo) ou não.

Quem mente mais as mulheres ou os homens?

Quem mente mais as mulheres ou os homens?

Compulsivo quando há de facto uma dependência quase absoluta de incorrermos a estes mecanismos que pode remeter-nos há um comportamento desajustado, inaceitável aos padrões pré-estabelecidos socialmente da moral, do civismo e da ética ou quando sentimos fortes dificuldades de dizer a verdade a todo momento “a inverdade, a mentira passa a ser o apanágio do dia-a-dia” pós vejamos esse transtorno da personalidade pode levar-nos a falácia, difamação, injuria para magoarmos, ferirmos, denegrirmos o bom nome e a imagem de outrem perante a sociedade e não só.

E, não grave quando incorremos nalguns casos como mecanismos de defesa do ego pessoal para evitarmos punição que adviria de algum comportamento incorrecto que tenhamos perpetrados “mentira leve, necessária e não regular) estes não são considerados mitomaníacos, embora aconselho-vos e me auto-aconselho que pautemos sempre pelo caminho da verdade até porque quem fala verdade não merece castigo e a verdade nos libertará da dissonância cognitiva. Como se diz na gíria, a mentira tem pernas curtas, em suma a verdade sempre vem a de cima “átona” assim sendo a verdade é o melhor caminho para optarmos. 

Não obstante tendo em conta a definição etimológico do conceito Mitomania sendo um transtorno psicológico caracterizado por contar mentiras compulsivamente sem benefícios externos e geralmente restritos a assuntos específicos (família ou amigos…), ela reflectisse quer nas atitudes e comportamentos manifestos dia pós dia na base da interacção social, independentemente da idade e da faixa etária (jovens, adultos e idosos podemos padecer da Mitomania, salvo as crianças que estão isentas numa primeira fase).

Quem de nós nunca proferiu uma mentira e contou um conto aumentando um ponto? 

Quem mente mais as mulheres ou os homens? 

Existe mentiras necessárias e quando é que podemos considerar necessárias? 

Ora bem, acredito que não haja ninguém com coragem para afirmar categoricamente que nunca aumentou um ponto ao contar um conto aos amigos, colegas…, e que nunca mentiu para os seus pais, para os seus amigos, para os seus professores, para os seus chefes etc., . 

A mentira sempre fez parte das nossas vidas desde a infância que mentimos portanto considero falacioso a ideia de muitos indivíduos que afirmam categoricamente de que as crianças não mentem, embora em abono da verdade se diga numa primeira instância tendo em especial atenção o estágio do desenvolvimento psicomotor, também conhecido como teoria cognitiva do ilustre epistemólogo construtivista suíço Jean Piaget, entendo que as crianças mentem sim.

Todavia diferente dos mais velhos, mentem sem intenção, sem maldade, de outro modo diria “irracionalmente” porque as crianças nos dois primeiros estágios do seu desenvolvimento sensório-motor e o pré-operatório ainda não tem a capacidade suficiente para discernir ou diferenciar a mentira da verdade, direccionando a sua energia psíquica para outras actividades como o pensamento egocêntrico, intuitivo, confusão entre aparência e a realidade, a exploração manual e visual do ambiente, a experiência obtida com acções, a imitação, a inteligência prática (através de acções); acções como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar, etc. 

Entendo que seja de todo importantíssimo que pais prestam atenção redobrado a esse detalhe, não repreendam ou punam as crianças nessa fase quando profiram alguma inverdade ou quando tentam ludibriá-los, na maioria dos casos fazem-nos sem intenção, na inocência de criança, procurem ao máximo ganharem a confiança dos filhos para que das próximas vezes não ocorra a mesma situação, reprimindo ou punindo a criança terá medo, sentir-se-á retraído de manifestar as vontades, preocupações desse modo procurará fazê-lo na ausência dos pais. 

Também aconselho aos pais que sejam verdadeiros sempre para com os filhos, desencorajo aos pais que façam falsas promessas ou promessas intangíveis, ao fazê-los estarão a criar expectativas e ansiedades nas mesmas e expectativas frustradas acarretam outras consequências, poderão mesmo levar as crianças  ao descrédito dos próprios pais só para exemplificar, de igual modo desencorajo aos pais que mintam ou ensinem, estimulem os vossos filhos a mentirem poderão estar directamente a formatar uma personalidade mitomaníaca, uma vez que as crianças aprendem como dizia o Albert Bandura, imitando e observando os seus modelos, e os progenitores são elementos importantíssimos dentro desse processo de aprendizagem social, por constituírem o grupo de pertença da criança, o primeiro grupo de interacção social “a criança cresce e tende a aperfeiçoar tudo que aprendeu de bom e de errado”, no entanto todo cuidado é pouco nessa faixa etária. 

Como diz o velho ditado é de pequeno que se torce o pepino, portanto é de todo recomendável e desejável que os tutores transmitam de facto aos petizes valores necessários para a vida… 

Já agora não posso afirmar o mesmo para com os mais mais velhos que tendem a mentir intencionalmente, premeditadamente sabendo das consequências positivas ou negativas dos seus actos, no caso concreto da mentira, com ou sem benefícios pessoais, alguns de forma moderada, irregular e necessária com o pendor defensivo, e outros de forma compulsiva, desnecessária e regular com o pendor prazer, gosto, estes indivíduos tendem a aperfeiçoar-se, superar-se dia pós dia para que não percam a credibilidade das pessoas com que contam “narram” as inverdades ou mentiras infundadas. 

As causas são diversos podendo originar dos ambientes familiares, laborais e estudantis ambientes em que tem maior predominância a falsidade, em que as pessoas vivem de aparências, em que a verdade é desencorajada, em que os mentirosos dão-se bem e são venerados, em que prevalece em todo caso o complexos de superioridades e inferioridades em suma em ambientes muito competitivos.

As pessoas começam por uma "mentirinha" hoje, amanha outra e assim sucessivamente quando se darem conta de si, já não páram de mentir e mentem por tudo e por nada, com ou sem motivos, com ou sem necessidades e ainda por cima aperfeiçoam as técnicas para mentir de modo a terem crédito sempre diante do publico alvo, portanto nessas situações o caso já é grave e sai do controlo do indivíduo. 

Portanto estes indivíduos que tendencialmente mentem por tudo ou nada, por prazer, entendo que devem procurar imediatamente ajuda dos psicólogos principalmente porque pode se dar o caso de estarem a padecer de transtorno de mitomania que é grave, que não deve ser encarado em momento algum como comportamento normal, porque não é normal e desse transtorno pode dimanar outras situações catastróficas, uma mentira não desvendada ou desvendada de forma tardia pode causar para as vítimas depressões e pós depressões graves, baixa estima, destruição de imagem e de bom nome que poderá ou não causar a exclusão ou auto-exclusão da vítima no seio do seu grupo de pertença ou de referência, e a posterior culminar em suicídio (vítima) ou mesmo homicídio (actor, malfeitor), nessa ordem de ideia antes de quaisquer fim catastrófica, convém anteciparmos as consequências procurando pelos serviços de um psicólogo, este especialista saberá ajudar a diminuir ou a resolver o impacto do problema. 

Da mentira ninguém de nós está isenta, a ser vítima ou a praticar até porque a mentira é um dos aspectos inerentes as característica do homem, todavia a minha chamada de atenção vai no sentido de termos em atenção da gravidade da mentira que vamos proferir, tendo em conta as consequências negativas que pode provir dessa atitude incoerente na maioria das vezes, no entanto para evitarmos males maiores, a verdade na maioria das vezes é a melhor solução salvo em casos delicados em que a mentira seja necessária! 

Em suma dizer que mentir até certo ponto, podemos considerar normal, não obstante quando é necessário, fique bem patente não estou a estimular ninguém para a mentir (a pecar) porque mentir é pecado, entendo que a verdade é o melhor caminho e é anormal ou patológico quando a pessoa não consegue viver da verdade ou seja sente prazer enorme para mentir sempre, passa maior tempo fomentar mentiras sobre outrem segundo as suas fantasias, imaginações tudo para agradar o ego pessoal, este pode ser considerado mentiroso compulsivo, obviamente após a avaliação do psicólogo. 

TEXTO: OSVALDO PINGA SUMBO MANUEL

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