A vaidade e o culto da imagem nos povos Africanos
O que se chama hoje de vaidade, sempre foi considerado pelo Africano por um conjunto de códigos de apresentação, status e bom gosto. Que combinavam a higiene, o penteado, a vestimenta, o caminhar, gestos e posturas.

Sempre fez parte da Subcultura de muitos povos Africanos como simbolo do bem estar e bem viver. Algumas vezes meramente aparente mas procurando reflectir o estado de alma, estado de saude, a procedência - Ermen Makota Nkosso

É muito natural, pois para os mais diversos povos Africanos a vaidade é uma forma de manifestação cultural e identitária, podemos com certeza afirmar que a gênese da vaidade africana é histórica e sem dúvidas cultural, se olharmos para a África pré-colonial, vamos encontrar uma África onde as pinturas corporais, as pinturas de rosto são elementos vitais usados para iniciação a vida sexual, para a vida ritualística e espiritual da comunidade, e para diferenciação do individuo para iniciação da vida adulta, em diversas tribos a vaidade incorpora diversos significados na maioria de cunho espirituais, serve ainda de representação espiritual e hierárquica entre os povos Africanos.

A vaidade é ainda potencializada ainda, para que o individuo no interior das tribos possa impressionar, cortejar e encontrar um parceira que deverá ser sua companheira, no entanto de forma abrangente a vaidade é um espectáculo majestoso que se desenrola na natureza, em quase todos seres vivos, a potencialização de atributos que diferenciam machos de fêmeas são usados para estimular a vida sexual e garantir a continuidade das espécies.

Uma industria bilionária chamada "Ditadura da Beleza"

A ditadura da beleza, a monopolização e colonização da imagem africana, e consequentemente a monopolização do "ser" africano, são um privilegio europeu, pois as caracteristicas definidas pela ditadura da beleza, privilegiam o conceito de estética Ocidental, e o complexo cultural Europeu como padrões perfeitos, sendo que esta forma de imperialismo e sobreposição de valores culturais e anulação de identidade Africana.

Abre espaço para um industria bilionária que gera biliões, anuais para a economia europeia, que lucra com o auto-ódio, ou seja o auto-ódio Africano transformou-se em um negócio Europeu, mais de 80% de produtos como próteses de beleza, e cosméticos (na sua maioria cancerígenos devido a industrialização da produção) produzidos na Europa encontram mercado fértil no interior dos estados Africanos.

Devido a falta de barreira culturais de proteccionismo da identidade Africana e devido ainda a falta de afirmação cultural e identidade visual que sofrem muitos estados Africanos pós-coloniais, a ditadura da beleza passa a ser um projecto politico Europeu, que sustenta a economia de Países Europeus, desde cremes de clarear a pele, produtos para alisar o cabelo, a nova industria Bilionária das cirurgias plásticas, são negócio que prosperam graças a negação cultural que os Africanos desenvolveram quando muitos chefes de estado Africanos deram continuidade a manutenção dos projectos de estados coloniais no interior do continente Africano.

Sendo que a manutenção destas estruturas, sociais, politicas, educacionais, religiosas e administrativas, se converteram no maior "Cavalo de Tróia" Europeu a serviço do imperialismo cultural Ocidental.

O auto ódio Africano, é o maior activo comercial da industria bilionária europeia de cosméticos e próteses de beleza...

Isidro Fortunato

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