Depois do famoso caso dos 15+2 (revús), detidos a ler o livro “Dá ditadura à democracia”, e acusados de actos preparatório de ataque ao presidente José Eduardo dos Santos, julgados e condenados como associação de malfeitores, com as penas de dois à oito anos de prisão, foram soltos a 8 de Agosto após a aprovação da lei da amnistia.
Agora encontram-se em julgamento no Tribunal Provincial de Luanda 37 cidadãos na sua maioria ex-militantes da já extinta Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), braço militar da UNITA. Acusados de associação de malfeitores, posse ilegal de armas de fogo e atentado ao presidente da república. Aquando da manifestação para a inserção das FALA na caixa social, como acontece com as Forças Armadas Angolanas, FAA.
O julgamento teve início no dia 2 do corrente mês e já foram ouvidos 15 réus, encontra-se em pausa natalícia e será retomado dia 27 de Dezembro.
“A minha convicção é que este processo é político e viu-se a oportunidade de quererem infernizar a direcção da UNITA quanto a este pressuposto da manifestação”, Afirmou Sebastião Assureira, advogado de defesa em entrevista a LUSA.
O advogado de defesa revela que no primeiro interrogatório, ‘’os réus David Essanju, Raimundo Chiquete, Armando Segunda, Pedro Camabala, Celestino Ferreira, Xavier Fernando foram submetidos a sessões de tortura 14 horas diárias, durante uma semana’’, para que dissessem quem ‘’orientou tudo foi o presidente da UNITA’’, o que deixou-os adoentados.
Sebastião Assureira lamentou também pelo silêncio dos Serviços Penitenciários, e por não remeter Rafael Tchiama a exames psíquicos, visto que o mesmo aparenta ter problemas psíquicos e cada dia que passa a sua condição está a degradar-se.
Texto de Mateus Mateus / Fonte: RA