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Todos nós temos cheiros favoritos, talvez um que esteja ligado a uma memória de infância ou a uma pessoa, ou o cheiro de uma comida da qual gostamos muito, facto que a britânica Gabriella Sanders nunca teve prazer, pois não é capaz de usar o olfacto e o problema não afecta apenas seu nariz.

“Eu não identifico o gosto da comida. Não consigo sentir nada que seja doce ou apimentado. É estranho porque ninguém mais na minha família tem ou já teve isso. Mas eu e minha irmã temos (o problema), então deve ser algo genético”, diz a jovem de 21 anos ao programa Newsbeat, da rádio da BBC.

Mas não ter o sentido do olfacto pode ter diferentes tipos de impacto, práticos e emocionais, na vida de alguém, segundo um novo estudo da Universidade de East Anglia (UEA), cujos problemas identificados, vão desde medos na infância a um sentimento de fracasso durante a vida adulta, passando por inseguranças na adolescência.

“Tudo começou na escola quando pequena, enquanto se falava sobre os sentidos e todo mundo estava falando sobre cheiros. Então eu percebi que não tinha olfacto. Todo mundo estava dando exemplos, mas eu não tinha ideia do que estava acontecendo.”

Gabriella sabe como é isso. “Me lembro de uma vez também que estava cozinhando e, quando minha mãe chegou, ela percebeu que a casa toda estava cheirando gás. Então foi algo bem preocupante”, diz ela.

A pesquisa também revela que a questão da higiene pessoal também é uma grande causa de “ansiedade e vergonha” para quem não sente cheiro, pois elas não conseguem sentir seus próprios odores.