Carlos dos Santos, que falava no final de uma marcha contra a corrupção, nepotismo e tráfico de influência, considerou “leviana” a forma como está a ser encarada a posição dos magistrados que apenas averiguam casos de corrupção, pondo em risco as suas vidas. O procurador solicitou maior atenção do Ministério do Interior e dos seus órgãos operativos na protecção aos magistrados.
O magistrado lembrou que uma procuradora provincial foi alvo de assalto na sua residência, que culminou com o roubo de documentos, telemóveis e computador portátil. Os autores da acção são desconhecidos, mas acredita que sejam elementos que tentam apagar provas de crimes de corrupção e outros em investigação.
Em Janeiro do ano em curso, o juiz presidente do Tribunal Provincial de Malanje, Félix Sebastião, já tinha denunciado a existência de indícios de perseguição a alguns magistrados do Ministério Público que investigam casos de corrupção, nepotismo e tráfico de influência.
Na ocasião, o magistrado judicial disse suspeitar que as perseguições aos procuradores pudessem a ser perpetradas por pessoas sob investigação em casos de corrupção e nepostismo.
No sábado, Carlos dos Santos elogiou a população pela colaboração na denúncia de casos de corrupção, quatro dos quais já em fase judicial e outros, em maior número, em fase de instrução, além dos inquéritos em curso.
Carlos dos Santos lamentou o facto de magistrados públicos sentirem limitações no exercício da actividade por falta de condições de trabalho condignas e de transporte e, sobretudo, por escassez de pessoal qualificado. Carlos dos Santos disse que a província de Malanje necessita de, pelo menos, 23 magistrados, contra os actuais 13.
Fonte: Angop