P U B L I C I D A D E
Segundo fonte da Angola-Online.net, a associação avançou também detalhes sobre um dos pontos que conformam o esquema de corrupção em investigação na Namíbia, relativo a quotas de pescado no processo de importação, enquanto a ministra das Pescas e do Mar, Maria Antonieta, sublinha que as autoridades judiciais ainda não foram notificadas.
A imprensa namibiana tem revelado acordos assinados pela antiga ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto, no valor de 170 milhões de dólares, sendo que um deles, segundo apurou a VOA de fonte do sector, é relativo à importação de carapau, a espécie mais procurada em Angola.
No 12º dos 14 anos previstos para a importação do carapau, o pelágico que tem sido objecto de veda por força da contenção, Angola vê o seu nome envolvido neste esquema de corrupção, que beneficiou, segundo o jornal do país vizinho The Namibian, o cidadão João de Barros, filho da ex-ministra, exonerada em Janeiro deste ano.
Vários armadores, à beira da falência pela fuga da espécie que alimenta as suas companhias, denunciavam que o carapau supostamente adquirido na Namíbia beneficiava entidades alheias ao sector, num esquema, como diz a mesma fonte, liderado por uma empresa associada aos visados, a Nandomar, criada para atribuir licenças e quotas.
Atento a esta realidade, o presidente da Associação de Pescas do Namibe, José Vata, diz que nada o surpreende, até porque, como sublinha, nunca existiram, na prática, períodos de trégua ao carapau.
‘’A veda não abrangeu toda a gente, as empresas de elite sempre pescaram. Começámos a ver o carapau a vir da Namíbia, mas era pescado cá em Angola, demos conta quando comíamos, conhecemos o sabor. Ou seja, o peixe era capturado aqui, ia e vinha para nós comprarmos’’, denuncia o armador.