Makangolando: Velha Luanda, o centro da riqueza e tristeza
Velha Luanda, já foste tão linda demais que nem Paulo Dias resistiu ao teu azul patente da Ilha de Luanda ao Mussulo, e das tuas curvas esburacadas do Miradouro abandonado.

Ó minha velha! Com mais de oito milhões de filhos (segundo os últimos dados do Censo), continuas acolher vários filhos dessa imensa Angola e países amigos. A casa está cheia! Perdeste o controlo, aqui todo mundo faz e desfaz. Não reina paz, do condomínio de alta segurança do Talatona ao Catambor sem energia eléctrica e água potável, o som das armas continuam mais  alto do que nunca, seja de manhã ou noite.   

Segurança, nem atrás das grades, é só para os bagres grossos com ovários nas águas doutro lado do atlântico, porque o majestoso Kwanza está roto há bastante, perdeu valor à medida de quem pinta o dedo, sorri, mas, em lágrimas. 

Hoje completas 442 anos, era suposto dares um sorriso até rasgar a boca, tipo aquele que deste na tua mocidade, eras a mais linda de África, por culta da tristeza dos nossos “dikulos” que provocaram-te um AVC, nem os dentes mostraste. Para piorar, na hora de apagar a vela, vem o governador dizer o lixo abundante, falta de saúde, energia, água e outras “malambas”, continuam por culpa da incompetente “crise”.   

 Ai se o kota Ngola ouvisse!..  

Ou visse as mulembas e imbondeiros que contam-se aos dedos (desertificação) a morrer pelo orgulho da tão famosa industrialização e, ocidentalização da nova geração…

 Minha velha Kianda, aqui a gente nasceu, apesar de ter origens vizinhas, como disse Tani Narciso, “somos todos kaluanda”, aliás, foste centralizada, vamos continuar a cuidar-te até a última ruga, mesmo quando faltar vontade por parte de alguns. 

Por: Guilherme Francisco

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