Leda Macuéria chora ao falar da condição social dos jornalistas
A jornalista Leda Macuéria, emocionou-se ao falar da dura realidade social dos jornalistas angolanos, em entrevista ao programa Mais Comunicação, apresentado por Wylsony dos Santos.

A realidade social dos jornalistas e profissionais da comunicação,  continua a causar dor na pele da classe, apesar da profissão ser exercida “com zelo e dedicação”. Em entrevista na edição de hoje, sábado, ao programa Mais Comunicação, a jornalista da Rádio Nacional de Angola, Leda Macuéria, fez saber muitos jornalistas estão mergulhados no alcoolismo e prostituição devido a dura condição social.     

“Eu creio que a prostituição no jornalismo seja acima de tudo, consequência duma série de situações que nós vivemos, porque eu penso da seguinte forma, a nossa profissão nos expõe, as vezes nos esquecemos disso, uma exposição até certo ponto boa, da-nos visibilidade, mas do ponto de vista social, o nosso trabalho, salário não nos permite ter uma vida digna… as mulheres até determinada altura tornaram-se vulneráveis, hoje os homens também. Sabemos de várias histórias e situações de colegas comprometidos ou não, que têm estado exactamente com algumas pessoas porque sabem os podem ajudar”, revela.   

Com 20 anos de estrada na rádio, Leda Macuéria, disse “já viu de tudo” e lamentou aos choros a dura realidade social de muitos jornalistas que são obrigados a “mendigar.”   

“Muitos de nós depende de favores quando o filho está doente, não conseguimos pagar clínicas, a verdade é essa, não temos seguro de saúde e a vida é de mendigar, por isso, o jornalista pede muito, esse pedinchar torna-o vulnerável e não nos respeitam”, lamentou, acrescentando: “as pessoas se humilham, chega o fim do mês, mas, as vezes não consegue pôr comida na mesa, é constrangedor ver colegas pedirem dinheiro para apanhar táxi para ir para casa, é muito triste. Imaginas, se ele não consegue 200 kzs para ir para casa depois de ter trabalhado, o que ele enquanto pai dá aos filhos para comer?” questionou aos choros.      

No olhar da jornalista, a questão social do jornalista não é prioridade em Angola, por falta de “sensibilidade de quem manda”, por isso “não deveria haver moral para se corrigir, chamar atenção.”

Para reverter o quadro actual, Leda Macuéria, apontou a solução: “Não que o salário vai resolver todos problemas, mas um cartão de seguro eventualmente, para tu teres esta tranquilidade se existir qualquer problema. Um cartão que as pessoas possam comprar alimentos como existia algum tempo, em que tu tens um cartão com determinado valor, que não fosse dinheiro em si, em mão, mas que existisse mecanismos, estando doente ou membro da família doente, a pessoa tivesse atendimento médico.”  

Durante a entrevista a jornalista revelou já foi censurado e se auto-censura, e mostrou-se triste pela representatividade da mulher em cargos de chefias nos órgãos de comunicação.

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