De acordo com o representante da comunidade khoisan no município de Menongue, António Cassanga, que percorreu mais de 90 quilómetros até à capital do Cuando Cubango, para pedir apoio ao Governo da província, tendo em vista a falta gritante de alimentos.
Explicou que este problema pode estar a acontecer também com os cerca de 12 mil membros da comunidade khoisan, controlados em 31 localidades dos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuangar, Calai, Dirico, Nancova, Mavinga e Rivungo, que, na sua maioria, sobrevivem ainda da caça e recolecção de frutos silvestres.
António Cassanga disse que o problema da falta de alimentos agudizou-se ainda mais devido à estiagem que se está a registar em quase toda a província do Cuando Cubango e que fez com que diversas sementes que lançaram à terra não germinassem, por falta de chuvas.
Salientou que, por causa desta situação de penúria alimentar, muitos membros da sua localidade começaram a abandonar as áreas onde foram reassentados pelo Governo da província e estão a regressar às matas em busca de alimentos para a sua sobrevivência. Acrescentou que 30 crianças e adolescentes khoisan também deixaram de ir à escola por causa da fome e algumas foram obrigadas a acompanhar os pais às matas.
Khoisan ou Khoi-San ou coissã é a designação unificadora de dois grupos étnicos do sudoeste de África que partilham algumas características físicas e linguísticas distintas da maioria banta da África. Esses dois grupos são os san, também conhecidos por bosquímanos ou boximanes e que são caçadores-coletores, e os khoikhoi, que são pastores.
Aparentemente, estes povos têm uma longa história, estimada em vários milhares (talvez dezenas de milhares) de anos, mas agora estão reduzidos a pequenas populações, localizadas principalmente no deserto do Kalahari, na Namíbia, mas também no Botsuana e em Angola
Fontes: Jornal de Angola e Wikipédia