FMI deixa recomendações pesadas à Angola, caso queira ajuda
O Fundo Monetário Internacional (FMI), deixou algumas recomendações à Angola, divulgadas esta terça-feira, em Washington num pacote de documentos sobre a economia do país, ao abrigo do artigo IV, que analisa anualmente a economia dos membros, que vão desde a supervisão dos bancos e o encerramento ou a recapitalização dos bancos mais fracos, caso queira ser ajudada.

“Aumentar a resiliência do sector financeiro, reforçando os quadros de supervisão bancária, resolução e CBC/FT, e encerrando ou recapitalizando os bancos mais fracos” é outra das recomendações dos peritos, que antecipam um crescimento da economia de 1,3% em 2017, o que contrasta com a projecção do Governo angolano, que estima 2,1%”, lê-se no documento.

Realçando ainda que Angola deve “almejar um défice orçamental global para 2017 inferior a 2,25% do PIB, em consonância com uma melhoria do saldo orçamental primário não petrolífero de 1% do PIB”, lê-se no capítulo das Principais Recomendações de Política. 

Promover a diversificação económica melhorando o ambiente de negócios, e reforçando o papel do sector privado na reconstrução de infra-estrutura, além da diversificação da economia, encarada como “o principal desafio económico”, são apontadas como sendo outras recomendações dos peritos do Fundo, que no final do ano passado analisaram a economia angolana e que agora publicam as suas conclusões.

“O choque do preço do petróleo que se iniciou em meados de 2014 reduziu consideravelmente as receitas fiscais e as exportações, tendo o crescimento estagnado e a inflação acelerado de forma acentuada, isto pôs em evidência a necessidade de fazer face, de forma mais contundente, às vulnerabilidades e à dependência do petróleo, e de diversificar a economia”, escrevem os analistas do Departamento Africano do FMI.

Para a melhoria do PIB angolano, a FMI, garante que no médio prazo, Angola deve “almejar uma melhoria do saldo orçamental primário não petrolífero de 1% do PIB ao ano, consistente com o posicionamento da dívida numa trajetória claramente descendente; tal pode ser alcançado através da mobilização de impostos não petrolíferos adicionais, da redução das despesas correntes e do aumento do investimento público, simultaneamente com a melhoria da sua eficiência”, lê-se no documento.

No entanto, o documento da FMI, ainda acrescenta que as contas públicas angolanas, apresentaram um défice de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e estimam um agravamento de 6,7% este ano.

Fonte: LUSA

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