Empresa estrangeira corrompe tribunal de contas com 2 milhões de dólares
Funcionários do Tribunal de Contas de Angola foram subornados com mais de dois milhões de dólares pela empresa espanhola Mercasa, disse o jornal espanhol OKDiario citando as investigações oficiais.

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Anteriormente tinha sido revelado que a Mercasa tinha pago cerca de 20 milhões de dólares em subornos a diversas entidades angolanas para garantir um contrato de 533 milhões de dólares para a construção de um mercado de abastecimento em Luanda.

Embora os subornos ao Tribunal de Contas já tivessem sido mencionados esta é a primeira vez que os pormenores e quantia do suborno foram revelados.

Armando Andrade, então director do consórcio em Angola, acusou o luso-angolano Guilherme Taveira Pinto, de ter desviado para as suas sociedades 17,5 milhões de dólares, de ser responsável por essa situação, algo que não foi bem recebido porque Andrade “foi finalmente despedido por denunciar as manobras de Taveira”, disse o jornal.

Mais tarde, Taveira Pinto, que é alvo de dois mandatos de captura das autoridades espanholas, participou numa reunião em Genebra com dirigentes da Mercasa e com a ministra do Comércio, Maria Idalina de Oliveira Valente, para se desbloquear os pagamentos.

“O problema foi finalmente resolvido subornando mais funcionários através de sociedades distintas criadas por Taveira, que mantinha excelentes relações com vários ministros do governo de Eduardo dos Santos”, acrescenta o OKDiario.

O diário diz ainda que Taveira Pinto enviou em 15 de Fevereiro de 2016 um e-mail a um dirigente da Mercasa com cálculos de “comissões ilegais” a pagar para se desbloquear os pagamentos.

“Este documento inclui um pagamento de dois milhões e cinquenta mil dólares a membros do Tribunal de Contas em Angola com o fim de encerrarem as investigações por corrupção”, acrescenta o jornal.

Entre os corrompidos, contam-se o então ministro das Finanças José Pedro de Morais 320.000 dólares, o vice-ministro do Comércio, Manuel da Cruz Neto 200 mil dólares, o então assessor económico, Archer Mangueira 150.000 dólares, outro assessor económico, António Gomes Furtado 150.000 dólares, o então director nacional do Comércio, Gomes Cardoso 100.000 dólares e o então assessor económico do Ministério do Comércio, Videira Pedro 50.000 dólares.

Fonte: Angola 24 Horas

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