Os estudantes angolanos que podem ser expulsos, estão a se formar na Rússia por conta dos pais, que há muito não enviam dinheiro para liquidar as propinas, pagar o aposento (albergue), comprar comida, vestuário e materiais didácticos, por falta de divisas em Angola.

Aflição e o medo de não terminar a formação e ajudar no desenvolvimento de Angola, toma conta dos jovens estudantes angolanos que não pagam a propina há dois semestres e o albergue a caminho de um ano.

Graças a compreensão dos russos, os estudantes até ao momento não foram expulsos da universidade e do albergue. Para comer, os jovens estudantes contam com ajuda dos russos e de alguns angolanos.

‘’Graças a Deus ainda estamos a viver no albergue da universidade, eles tem sido muito pacientes connosco, sabem que não temos para onde ir, nem dinheiro para comprar o bilhete de regresso a pátria. Para comer nós muitas das vezes recebemos ajuda dos nossos colegas russos, e de alguns colegas angolanos bolseiros ou pedir ajuda em alguns amigos que se encontram em outros países. Esta é a nossa triste realidade’’, desabafou um dos estudantes angolanos em declarações exclusivas à Angola-Online.

Os estudantes revelaram ao nosso portal, enviam desde o ano passado várias cartas à embaixada de Angola na Rússia, mas nunca foram respondidos e ‘’não temos como nos deslocar para embaixada, são custos é preciso comprar bilhete de passagem, não temos condições…’’

Por não terem como trabalhar, uma vez que os seus vistos são apenas de estudantes, os jovens pedem encarecidamente as entidades governamentais para facilitarem o envio de divisas, para que possam continuar a estudar e posteriormente dar o seu contributo no desenvolvimento de Angola.

Este drama vivido pelos estudantes angolanos na Rússia e outros pontos do mundo, tem tirado o sono aos pais em Angola, que afirmam não saber o que fazer.

‘’Os bancos dizem que não têm dólar, não conseguimos enviar dinheiro aos nossos filhos que estão a estudar no exterior. Como mãe, não durmo em condições por saber que o meu filho está distante e enfrenta momentos terríveis. Nem dólar para enviar ao menino comprar o bilhete para regressar a Angola conseguimos, é frustrante’’, contou dona Solange.