Bento Kangamba «tinha» intenção de fuga
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reafirmou esta terça-feira a intenção de fuga do arguido Bento dos Santos Kangamba, tenente-general reformado das Forças Armadas Angolanas, justificando assim a sua detenção.

O esclarecimento foi feito, em conferência de imprensa, pelo director da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), Vanderley Mateus. “Não temos aqui questões cíveis, mas manobras fraudulentas de duas naturezas: utilização de poderes supostos e fortes indícios de falsificação”, disse o também sub-procurador-geral da República.

Vanderley Mateus explicou que Bento Kangamba foi detido e sujeito a interrogatório na passada segunda-feira, tendo-lhe sido aplicadas, como medidas de coacção, a proibição de sair do país, apresentação periódica às autoridades, entre outras. 

"Estamos convencidos de estar em presença de burla por defraudação e factos criminais", afirmou, para reforçar que o cidadão em causa foi detido depois do mandado de detenção e não antes, como se aventa.

“Existem duas situações em que o indivíduo pode ser detido: em condições de emergência, nas quais a Polícia pode fazê-lo e quando há urgência e não tem tempo suficiente para recorrer ao Ministério Público para emitir um mandado competente”, explicou.

Vanderley Mateus esclareceu, ainda, que o mandado de detenção foi ordenado pelo Ministério Público, mas não foi executado por si. Recordou, igualmente, que a fase da instrução preparatória do processo já está na ordem dos 70 por cento.

Questionado sobre a forma como Bento Kangamba foi detido, o sub-procurador-geral da República esclareceu que a situação está a ser investigada, para aclarar se houve ou não excessos.

“Caso sejam apuradas algumas responsabilidades, a DNIAP vai, igualmente, agir em conformidade”, sublinhou, acrescentando que, na execução dos mandados, a “Polícia também tem os próprios modus operandi”, disse. 

Sobre a hipótese levantada pelo advogado de Bento Kangamba de intentar uma acção contra o Estado, Vanderley Mateus disse que não cabe à PGR falar da questão. 

“Caso aconteça, estaremos aqui para defender a nossa convicção de que tudo aconteceu nos termos da lei”, disse, para acrescentar que não foi estabelecido qualquer tipo de acordo, mas uma acariação. “Agora, se houve acordo entre o arguido e a ofendida, isso não sabemos", clarificou.

Vanderley Mateus expli-cou, igualmente, que existiram evidências concretas de que se tratava de uma fuga. Lembrou que Bento Kangamba foi notificado antes, mas não compareceu para ser ouvido.

“Depois, apercebemo-nos que tinha passado pela Catumbela, em Benguela, seguido para o Lubango e, depois, Cunene. Estas e outras evidências levam-nos a concluir que o cidadão estava em fuga”, explicou.

Fonte: Jornal de Angola

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